IDENTIDADE E PERTENCIMENTO NO RAP: UMA ANÁLISE DAS MÚSICAS DO RAPPER DJONGA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14171548Palavras-chave:
Rap, Pertencimento, Identidade, Autoridade, DjongaResumo
No cenário nacional, o rapper Djonga se destaca por sua abordagem crítica e radical, utilizando a música como um meio estético e político de expressão. Este artigo, fundamentado nos Estudos Culturais, tem como objetivo analisar algumas músicas da obra de Djonga, focando na forma como suas composições abordam temas de identidade e pertencimento, sobretudo. A pesquisa examina letras selecionadas de Djonga entre 2017 e 2020, sendo organizada em dois direcionamentos argumentativos: (a) pertencimento e afirmação da identidade, e (b) afirmação da autoridade e da identidade. Na primeira categoria, Djonga expressa. Em termos metodológicos, se operacionaliza o conceito de representação (Hall, 1997b) para compreender os significados produzidos pela produção cultural em questão. A análise das composições de Djonga mostra como sua arte questiona o status quo, promovendo uma resistência tanto individual quanto coletiva ao produzir corpos insurgentes. Ele se apresenta como crítico social e pedagogo, utilizando uma linguagem incisiva para abordar a injustiça, a manipulação midiática e o papel do rap na transformação social. Suas músicas afirmam a identidade negra, criticam o racismo e valorizam a cultura periférica, contribuindo para um movimento cultural e político mais amplo. Djonga demonstra a potência do rap como ferramenta pedagógica e de insurgência.
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