PENSAMENTO ESPACIAL E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO COMO ELEMENTOS DE LEGITIMIDADE DA GEOGRAFIA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13845849Palavras-chave:
Currículo, Base Nacional Comum Curricular, Pensamento Espacial, Raciocínio GeográficoResumo
A edição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017/18 deslocou o centro das discussões acadêmicas e curriculares sobre/para a Geografia na escola em direção às análise e práticas sobre o pensamento espacial e o raciocínio geográfico. Isso ocorreu devido a proeminência de tais elementos legada pela Base ao discutir o papel e o fundamento da Geografia na educação básica. Essa centralidade possui coerência com a organização da proposta da base em torno de habilidades e competências. Além disso frente uma secundarização das disciplinas escolares, bem como de um estímulo a contextualização do conhecimento produzida pela base, a Geografia ao reclamar para si um conjunto de competências e habilidades específicas, legitimou como necessária sua autonomia. Dessa maneira, o presente artigo, derivado da tese de doutorado do autor, se dedica a investigar as relações entre os sentidos mais gerais para educação e aprendizagem da BNCC e como esses foram traduzidos em elementos que legitimam a autonomia da Geografia na escola, o pensamento espacial e o raciocínio geográfico.
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