ASPECTOS PSICOSSOCIAIS INTERFERIDORES NA SAÚDE DO PROFESSOR: A LONGEVIDADE DOCENTE AMEAÇADA
Palavras-chave:
Suicídio, Saúde Mental, Saúde do Trabalhador, Serviços de Vigilância Epidemiológica, Tentativa de SuicídioResumo
O suicídio é uma causa de mortalidade evitável entre professores no Brasil. Compreender esse fenômeno é o primeiro passo para a sua prevenção. Buscou-se nesta pesquisa, analisar dados nacionais secundários de vigilância epidemiológica nacional do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, edição de 2020, cujo objetivo é captar dados sobre os óbitos do país para fornecer informações sobre mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde. Especificamente, este estudo investigou as notificações de mortes autoprovocadas intencionalmente por professores, visando lançar luzes sobre um problema de crescente dificuldade epidemiológica de resolução. Este estudo quantitativo e descritivo de corte transversal, analisou 1.556.824 notificações de óbitos por todas as causas para o conjunto da população brasileira, sendo mais frequentes em homens (55,4%). A morte por lesão autoprovocada intencionalmente, reconhecida pelo sistema SIM como causa externa (suicídio), alcançou no ano de 2020, 13.835 ocorrências, ou seja, a cada 112 óbitos que acontecem no país, um foi autoprovocado. No Brasil, no ano de 2020, houve 13.351 óbitos de professores, sendo 142 suicídios; três a cada semana. Assim, faz-se necessário apoiar o desenvolvimento de estratégias abrangentes de prevenção ao suicídio, como a ampliação do acesso e do acolhimento preventivo de profissionais de ensino pelas redes de atenção em saúde mental do trabalhador, devendo tornar-se uma das prioridades na agenda global de saúde pública.
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