HISTÓRIAS DE VIDA DE PROFESSORES HOMENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n1.p118-131Palabras clave:
Professores. Educação infantil. Histórias de vida.Resumen
Nos últimos anos, vem aumentando a presença masculina no trabalho com crianças de zero a cinco anos, implicando a necessidade de discutir as complexidades que emergem dessa realidade. Pesquisas apontam haver estranhamento, por parte de professores, gestores e familiares, quanto à presença de docentes do sexo masculino, nessa etapa da educação básica, que, histórica e culturalmente, tem estreito laço com o feminino, o materno. O estudo parte de um fenômeno, que se apresenta nas estatísticas, nas pesquisas e no cotidiano de creches e pré-escolas, e o investiga na vida dos sujeitos, na interseção do pessoal com o coletivo. Os entrevistados são professores da Educação Infantil, em instituições privadas e/ou públicas, com diferentes tempos de experiência profissional neste segmento. As histórias de vida destacam-se como metodologia privilegiada para a pesquisa, que traz Martin Buber (2003a, 2003b, 2008, 2009, 2011a, 2011b, 2013), Mikhail Bakhtin (1993, 2011, 2012) e Walter Benjamin (1994, 1995 como referências teóricas, entendendo que as entrevistas potencializam a capacidade de narrar. Uma primeira leitura das entrevistas sugere temas relacionados a dois eixos de análise: histórias de infância e de formação, e histórias relacionadas a questões de gênero.
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