OS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA: SUB-REPRESENTAÇÃO OU PRESCRIÇÃO?
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13844480Palavras-chave:
Livro Didático, Movimentos Feministas, Ensino de GeografiaResumo
O presente artigo promove reflexões a respeito da representação dos movimentos feministas na coleção #contatoGeografia, utilizada em escolas do Alto Sertão baiano, parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do ano de 2018. A análise de conteúdo foi a principal estratégia metodológica através da qual foram feitas leituras e análises da referida coleção buscando como categoria a priori os movimentos sociais, e pela relevância das pautas, o movimento feminista se pôs como uma categoria necessária, selecionada a posteriori. Diante do que foi observado, produziu-se um quadro demonstrativo no qual foram analisados, tabulados e registrados os dados coletados, em seguida foram realizadas as inferências sobre a categoria em questão e sua representação. Observamos que, apesar dos movimentos feministas serem de algum modo representados na obra, são poucas vezes mencionados e de forma superficial. Cientes da influência do livro didático na educação escolar e, consequentemente, na formação humana como um todo, compreende-se que o pouco espaço cedido aos movimentos feministas se aponta como uma denúncia à ainda incipiente política de diversidade e igualdade de gênero no sistema educacional brasileiro.
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