DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO FÍSICA NO SUL DO BRASIL E UMA ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DO ESPORTE

Autores

Palavras-chave:

Esporte, Metodologias, Ensino

Resumo

O ensaio teórico procurou apontar algumas visões distintas do esporte no âmbito escolar e a possibilidades de alternativas metodológicas para que o processo de ensino seja realmente educativo. Inicialmente, constatou-se nas diretrizes curriculares dos estados do sul do Brasil que o esporte é algo negativo, não exercendo função educativa e muito menos socializadora, a menos que ele seja modificado, recriado, tratado pedagogicamente, preferencialmente numa perspectiva crítica, sendo sua prática constantemente problematizada para que a própria prática, a própria forma do movimentar-se esportivo precisa ser reconstruída. Entretanto, há consenso na literatura que o esporte educacional depende, essencialmente, do compromisso explícito de seus promotores, a partir de uma prática pedagógica na qual a pluralidade e a diversificação sejam os principais pilares de sustentação dos referenciais teóricos o seu processo de ensino e aprendizagem na Educação Física Escolar.  Neste cenário, o TGFU apresenta-se como um modelo sólido discutido na literatura, tanto da agenda da investigação, quanto proposta de ensino do esporte, acolhendo as ideias construtivistas em que o papel do aluno no processo de aprendizagem fica numa posição de construtor ativo das suas próprias aprendizagens, com a  possibilidade de diálogo (professor e aluno, aluno e aluno) em todas as fases propostas pelo modelo, consequentemente, o ensinar esporte pode ultrapassar a mera execução de seus fundamentos e técnicas (dimensão procedimental), incluindo os valores subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para a prática esportiva (dimensão atitudinal), assim como quais os conceitos estão presentes neste processo (dimensão conceitual).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hudson de Resende Moreira, Professor na Universidade do Vale do Itajaí - Brasil

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor na Rede Municipal de Ensino de São José.

José Carlos Mendes, Professor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Brasil

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina

Angelo Maurício de Amorim, Professor na Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina

Referências

BASSANI, J. J.; TORRI, D.; VAZ, A. F. Sobre a presença do esporte na escola: paradoxos e ambigüidades. Movimento, v. 9, n. 2, p. 89-112, Maio/ago. 2003.

BAYER, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos. Barcelona: Editorial Hispano Europea, 1992. 248.

BENTO, J. O.; GARCIA, R.; GRAÇA, A. Contextos da pedagogia do desporto. Lisboa: Livros Horizonte, 1999.

BRACHT, V. Esporte na escola e esporte de rendimento Movimento, n. 12 Ano VI 2000.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física MEC/SEF. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental 1997.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Educação Física. MEC/SEF. Brasilia Secretaria de Educação Fundamental. 1998.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio. Brasília 2000a.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). MEC/SEF. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental 2000b.

______. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, S. D. E. B. Brasília: MEC, SEB, DICEI: Diretoria de Currículos e Educação Integral 2013.

______. Base Nacional Comum Curricular - proposta preliminar. EDUCAÇÃO, M. D. Brasília 2016a.

______. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. . DEPUTADOS, C. D. Brasília: Edições Câmara 2016b.

BUOGO, E. C. B.; LARA, L. M. Análise da dança como conteúdo estruturante da Educação Física nas diretrizes curriculares da Educação Básica do Paraná. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, v. 33, n. 4, p. 873-888, out./dez. 2011.

COMMISSION, E.; EACEA; EURYDICE. Physical Education and Sport at School in Europe. Luxembourg: Publications Office of the European Union: Eurydice Report 2013.

CONTRERAS, J. O.; VELÁZQUEZ, R.; DELATORRE, E. Iniciación deportiva. Madrid: Síntesis 2001.

CUARTAS, L. A. H. Caracterización de los programas de deporte escolar en Bogotá. Análisis de los módelos didácticos empleados para su enseñanza. 2012. (Doctor ). Departamento de Educación Física y Deportiva. Programa de Doutorado de Ciências da Atividade Física e do Desporto, Universidad de León, León.

DARIDO, S. C. Os conteúdos da educação física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em educação física escolar v. 2, n. 1, p. 5-25 Suplemento, 2001.

DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

DESSBESELL, G. Referencial curricular de Educação Física do Rio Grande do Sul – 2009: Os sentidos atribuídos pelos professores da região da 36ª Coordenadoria de Educação. 2011. (obtenção do grau de Licenciada em Educação Física). Departamento de Humanidades e Educação (DHE), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Ijuí - RS.

DOÑA, A. M.; VIDAL, M. C.; FIERRO, A. A. Las funciones de la educación física escolar: una mirada centrada en la justicia social y la reconstrucción del conocimiento. Estudios Pedagógicos v. XXXVIII, n. Número Especial 1, p. 13-26, 2012.

EDUCATION, D. F. Physical education programmes of study: key stages 1 and 2. ENGLAND, N. C. I.: Crown 2013.

GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte: iniciação em basquetebol. . Hortolândia: IASP Universidade Adventista de São Paulo, 2007.

GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: (Ed.). A. Graça; J. Oliveira. O ensino dos jogos desportivos coletivos. : 3 ed. Lisboa: Universidade do Porto, 1995. p.11-25.

GAYA, A.; TORRES, L. O esporte na infância e adolescência: alguns pontos polêmicos In: GAYA, A.;MARQUES, A., et al (Ed.). Desporto para Crianças e Jovens: razões e finalidades. Porto Alegre: UFRGS 2002. p. 57-74.

GIMÉNEZ, F. J. El Deporte en el marco de la Educación Física. Sevilla: Wanceulen, 2003.

GIMÉNEZ, J.; ABAD, M.; ROBLES, J. La enseñanza del deporte desde la perspectiva educativa. Wanceulen E.F. Digital, n. 5, Abr. 2009.

GRAÇA, A.; MESQUITA, I. A investigação sobre os modelos de ensino dos jogos desportivos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 7, n. 3, p. 401-421, 2007.

GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos , Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, 1995.

HERNÁNDEZ, J. M. La iniciación a los deportes desde su estructura y dinámica. Barcelona: Inde, 2000.

HOLT, N.; STREAN, W.; BENGOECHEA, E. Expanding the teaching games for understanding model: new avenues for future research and practice. Journal of Teaching in Physical Education,, v. 21, p. 162-176, 2002.

JARDIM, N. F. P. et al. A Educação Física como componente curricular na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Pensar a Prática, v. 17, n. 4, out./dez. 2014.

JESUS, V. S. DE; SANTOS, L. DOS; SANTOS, I. C.; PINHEIRO JÚNIOR, A. J.; BARBOSA, F. N. M. O ensino de esportes radicais na escola: uma abordagem a partir da saúde renovada. Cenas Educacionais, v. 4, p. e10716, 2021.

JIMÉNEZ, F. J. Deporte y educación: la iniciación deportiva escolar como concepto y práctica educativa. Campus Virtual. Universid de La Laguna, Licencia Creative Commons 2012.

KIRK, D.; MACPHAIL, A. Teaching games for understanding and situated learning: rethinking the bunker-thorpe model. Journal of Teaching in Physical Education, v. 21, p. 177-192, 2002.

KRUPCZAK, J. C.; CARARO, L. G. Diretrizes curriculares do Paraná: uma intervenção no Ensino Fundamental com a ginástica. 4º CONPEF. Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar. Londrina - PR: Universidae Estadual de Londrina 2009.

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6 ed. Ijui: Unijui, 2004.

MARTINY, L. E.; FLORÊNCIO, S. Q. D. N.; GOMES-DA-SILVA, P. N. O referencial curricular da Educação Física do estado do Rio Grande do Sul: Uma análise qualitativa de conteúdo. Pensar a Prática, v. 14, n. 1, p. 1-14, jan./abr. 2011.

MATOS, J. M. C. et al. A produção acadêmica sobre conteúdos de ensino na Educação Física escolar. Movimento, v. 19, n. 2, p. 123-148, abr/jun 2013.

MUSSI, R. F. DE F.; JOSÉ, H. P. M.; AZEVEDO, D. P. DE; AMORIM, A. M. DE; PETROSKI, E. L. O ensino da antropometria na escola: uma proposta na educação em saúde. Cenas Educacionais, v. 2, n. 1, p. 14-28, 2019.

ORTIGARA, V.; BERNARDO SILVA, M.; VITÓRIO, V. Proposta curricular de Santa Catarina e a formação continuada na GERED de Criciúma/SC: a continuidade da descontinuidade. Motrivivência, v. 26, n. 42, p. 175, 2014.

PEREIRA, F. M.; SILVA, A. C. D. Sobre os conteúdos da Educação Física no ensino médio em diferentes redes educacionais do Rio Grande do Sul. Revista da Educação Física/UEM v. 15, n. 2, p. 67-77, 2. sem. 2004.

PARANÁ - PR. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física. Curitiba: Governo do Estodo do Paraná. Secretária de Educação do Estado do Paraná. Departamento de Educação Básica. : 92 p. 2008.

ROMERO, S. Padres, Deporte y Educación 2004. Dos Hermanas En libro del III Congreso Nacional de Deporte en edad escolar. Dos Hermans Sevilla: Patronato municipal 2004.

ROSÁRIO, L. F. R.; DARIDO, S. C. A sistematização dos conteúdos da educação física na escola: a perspectiva dos professores experientes. Motriz, Rio Claro, v. 11 n. 3 p. 167-178, set./dez. 2005.

RIO GRANDE DO SUL - RS. Referencial Curricular - Lições do Rio Grande: linguagnes códigos e suas tecnologias - Artes e Educação Física. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul - Secretaria da Educação. III: 184 p. 2009.

SANTA CATARINA - SC. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na Educação Básica. Florianópolis. Governo do Estado de Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação: 192 p. 2014.

SILVA, B. D. O. E.; DAMICO, J. G. S. Alguns indícios da emergência do referencial curricular do Rio Grande do Sul às lições do Rio Grande. VII Congresso Sulbrasileiro de Ciênciasa do Esporte. Percursos e percalços do trabalho no Lazer, no Esporte e na Escola: Tensões e prespectivas em "Tempos de Megaeventos". Matinhos - PR: Secretarias do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) 2014.

SILVEIRA, J. A Educação Física escolar nas escolas públicas e os seus conteúdos: Uma análise sobre a postura dos educadores acerca de seu campo de trabalho. 2002. Niterói Anais VI Encontro Fluminense de Educação Física Escolar: Escola , Educação Física e Avaliação. Niterói: Departamento de Educação Física da UFF 2002.

SUOMI. Perusopetuksen Opetussuunnitelman Perusteet 2014. 2014:96, M. J. O. Helsinki: Opetushallitus 2014.

TEOLDO, I. et al. Estrutura temporal e métodos de ensino em jogos desportivos coletivos. Revista Palestra,, v. 10, p. 26-33, 2010.

UNESCO. Quality Physical Education (QPE) Guidelines For Policy-Makers. Paris, France. : United Nations Educational. Scientific and Cultural Organization 2015.

UNITED STATES OF AMERICA - USA. Physical-Education Curriculum Analysis Tool. Atlanta: Centers for Disease Control and Prevention. Department of Health & Human Services 2015.

Publicado

02-10-2021

Como Citar

MOREIRA, H. de R. .; MENDES, J. C.; AMORIM, A. M. de. DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO FÍSICA NO SUL DO BRASIL E UMA ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DO ESPORTE . Cenas Educacionais, [S. l.], v. 4, p. e12847, 2021. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/12847. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático