É POSSÍVEL EDUCAR PARA AS RELAÇÕES RACIAIS? ANALISAMOS AS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS EM UM CURSO SUPERIOR DE GESTÃO

Autores

Palavras-chave:

Relações Raciais, Educação, Fazer Pedagógico

Resumo

O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo analisar as práticas pedagógicas utilizadas em um Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais de um Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) com vistas às relações Raciais. Foi elaborado um questionário estruturado e submetido aos 11 docentes do curso utilizando a ferramenta Google Forms. O tema reveste-se de importância à luz da Lei nº 10.639/2003, e seus adendos, que torna compulsória no currículo oficial da rede de ensino a temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Os resultados encontrados evidenciam que a legislação vigente possui papel fundamental na afirmação de setores marginalizados, e, também, o desconhecimento de parte dos docentes sobre a legislação em vigor. Destacamos a relevância das ações afirmativas do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena (NEABI) do campus e a necessidade de formação docente continuada sobre a temática. Por fim, mesmo que a Lei nº 10.639/2003 contemple apenas o Ensino Fundamental e Médio – a Resolução nº 1 (CNE/CP, 2014) estende ao Ensino Superior – entendemos ser necessário discutir a temática racial em todas as esferas escolares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriele Alves Garcia, Graduanda em Processos Gerenciais pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Brasil

Integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas.

Jacques André Grings, Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Brasil

Mestre em Desenvolvimento Regional pelas Faculdades Integradas de Taquara. Integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas.

Luciano Nascimento Corsino, Professor no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Brasil

Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas.

Daniel Luciano Gevehr, Professor nas Faculdades Integradas de Taquara - Brasil

Doutor em História pela Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Integrante do grupo de pesquisa História das Mulheres e Estudos de Gênero.

Referências

ALMEIDA, J. D. L. Manual do candidato: história do Brasil. Brasília: Funag, 2013.

BORJA, M. E. L; PEREIRA, C. D. As Leis Nº 10.639/03 e Nº 11.645/08: reflexões a partir do pensamento crítico acerca da colonidade do saber. Cenas Educacionais, v.1, n.1, p.242-270, 2018.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: SECAD/ME, 2004.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei N° 7.716/89. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Brasília, 1989.

BRASIL. Congresso Nacional (1996) LDB - Lei 9.394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Brasília, 2003.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Brasília, 2008.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 12.288, de 20 de Julho de 2010. Institui o estatuto da igualdade racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003. Brasília, 2010.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 12.711, de 29 de Agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Brasília, 2012.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei Nº 12.990, de 9 de Junho De 2014. Brasília, 2014.

BRASIL. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Plano nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. SECAD, 2009.

CORSINO, L. N.; AUAD, D. Relações raciais e de gênero: a educação física escolar na perspectiva da alquimia das categorias sociais. Educação: teoria e prática, v.24, n.45, p.54-75, 2014.

CORSINO, L. N. et al. Políticas de ações afirmativas no IFRS campus Rolante na perspectiva das relações étnico-raciais: uma experiência com projetos indissociáveis. Revista Transmutare, v.5, p.1-18, 2020.

CORSINO, L. N. Raça, gênero e a lei 10.639/03 no âmbito da educação física escolar: percepções docentes. Revista Interinstitucional de Artes de Educar, v.1, n.2, p.247-262, 2015.

CORSINO, L. N. O Ensino de história e cultura afro-brasileira na concepção de docentes de duas escolas da rede estadual de São Paulo. Cenas Educacionais, v.4, p.e10794, 2021.

CORSINO, L. N. Juventude negra e cotidiano escolar: uma abordagem etnográfica no Ensino Médio. 2019. 254f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.

CROSARA, D. M. A política afirmativa na educação superior: contributos e dilemas do sistema de cotas da Lei nº 12.711/2012. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2018.

COSTA, M. L. M. LEI Nº 7.716/89: perspectivas para a comunidade negra dentro de 30 anos de criminalização do racismo no Brasil. Salão do Conhecimento: Unijuí, 2019.

FONTENELLE, D. C. Quilombos e abolicionismo no Rio de Janeiro do final do século XIX: um estudo hemerográfico. 8º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, 2017.

FONTENELE, Z. V.; CAVALCANTE, M. P. Práticas docentes no ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Educação e Pesquisa, v.46, n. e204249, 2021.

GENTIL, A. B.; MESQUITA FILHO, J. O livro didático de história: dos parâmetros curriculares nacionais à lei 10.639/2003. Educação e direitos humanos, diversidade cultural e inclusão social. In: OLIVEIRA. J. F.; SOUZA. A. R. (Org.). Educação e direitos humanos, diversidade cultural e inclusão social. Brasília: ANPAE, p. 20-23, 2019.

GOMES, N. L. O Movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Editora Vozes, 2017.

GOMES, N. L. (Org). Práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais na escola na perspectiva da Lei 10.639/2003. MEC, UNESCO, 2012.

GOMES, N. L. Relações Étnico-Raciais, Educação e descolonização dos currículos. Currículo sem fronteiras, v.12, n.1, p. 98-109, 2012.

GOMES, N. L.; JESUS, R. E. As práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais na escola na perspectiva de Lei 10.639/2003: desafios para a política educacional e indagações para a pesquisa. Educar em Revista, n. 47, p. 19-33, 2013.

INSTITUITO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades@. 2020. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 02 de fevereiro de 2021.

LOPES, C. M. S. Direito de imigração: o estatuto do estrangeiro em uma perspectiva de direitos humanos. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2009.

LUZ, N. O Patrimônio civilizatório africano no Brasil. In: SANTOS, J. R. (Org.). Negro Brasileiro Negro. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n.25, p.199-209, 1997.

MAPA DA REGIÃO DO PARANHA, RS. Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1776564

MUNANGA, K. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 62, p. 20-31, 2015.

PIROZI, A. A.; FOFANO, C.; LUQUETTI, E. C. F. A dívida histórica do Brasil com o negro: um olhar contemporâneo. Revista Philologus, n.75, p.164-167, 2019.

ROSA, C. Da série Ao Vivo em casa. Entrevista concedida à jornalista Fernanda Mena. Folha de São Paulo, São Paulo, 2020.

SANCHES NETO, L.; VENÂNCIO L. A luta por visibilidade des afrolatinelatines como desafio curricular à educação física antirracista. In: FILGUEIRAS, I. P.; MALDONADO, D. T. (Org.). Currículo e prática pedagógica de educação física escolar na américa latina. Curitiba: CRV, v. 43, 2020. p. 29-42

SANTOS, G. A. Nem crime, nem castigo: o racismo na percepção do judiciário e das vítimas de atos de discriminação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n.62, p.184-207, 2015.

SANTOS, J. S. Particularidades “questão social" no Brasil: elementos para o debate. Temas e Matizes, v.9, n.17, p.125-150, 2010.

SCHWARTZ, S. B. Dicionário da escravidão e liberdade: escravidão indígena e o início da escravidão africana. Companhia das Letras, p. 227-234, 2018.

VENÂNCIO, L.; BRUNO, B. D.; SILVA, I. C. C.; FLOR, B. J. M. S.; GONCALVES, Y.; SANCHES NETO, L. Temas e desafios (auto)formativos para professores de educação física à luz da didática e da justiça social. Cenas Educacionais, v.4, p.10778, 2021.

TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 3. ed. Vozes, 2009.

Publicado

01-01-2022

Como Citar

GARCIA, G. A.; GRINGS, J. A.; CORSINO, L. N.; GEVEHR, D. L. É POSSÍVEL EDUCAR PARA AS RELAÇÕES RACIAIS? ANALISAMOS AS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS EM UM CURSO SUPERIOR DE GESTÃO. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 5, p. e11639, 2022. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/11639. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê temático - INTERSECCIONALIDADES ÉTNICO-RACIAIS, DE GÊNERO E RELAÇÃO COM O