Obstáculos epistemológicos inerentes a fração: um estudo a partir de algumas civilizações

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Wander Alberto José
Raylson dos Santos Carneiro
Idemar Vizolli

Resumo

Os obstáculos epistemológicos gerados pelo conteúdo de fração se constituem num desafio ao processo de ensino e aprendizagem, especialmente porque o nascedouro se situa no campo solução de situações práticas advindas da vida social. Assim, estabelecemos como objetivo identificar obstáculos epistemológicos intrínsecos à construção histórica da fração a partir das civilizações Egípcia, Mesopotâmica, Grega e Hindu. O estudo apresenta características de abordagem qualitativa, e assenta-se na teoria dos obstáculos epistemológicos do filósofo francês Gaston Bachelard. Para tanto, conduziu-se uma pesquisa bibliográfica, a partir de cinco livros de História da Matemática que apresentam aspectos históricos da fração e, por conseguinte, obstáculos epistemológicos, o que permite uma análise da evolução e assimilação da fração nas civilizações Egípcia, Mesopotâmica, Grega e Hindu. Os resultados revelam que, independentemente do desenvolvimento da fração nas diferentes civilizações, evidencia-se a presença do obstáculo de “A Experiência Primeira”, mediante o conhecimento dos números naturais e da dificuldade em aceitar a fração enquanto número.

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Como Citar
José, W. A., Carneiro, R. dos S., & Vizolli, I. (2024). Obstáculos epistemológicos inerentes a fração: um estudo a partir de algumas civilizações. Revista Baiana De Educação Matemática, 5(1), e202417. https://doi.org/10.47207/rbem.v5i1.20001
Seção
Artigos - Fluxo Contínuo
Biografia do Autor

Wander Alberto José, Secretaria de Educação Juventude e Esportes do Tocantins (SEDUC/TO)

Doutorando em Educação na Amazônia (PGEDA-UFT) Mestre em Educação pela Universidade Federal do Tocantins UFT. Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal do Tocantins. Licenciado em Matemática pela Fundação Universidade do Tocantins UNITINS. Professor de Matemática efetivo da Secretaria da Educação, Juventude e Esportes do Tocantins a partir de 2002. Professor da Universidade Estadual do Tocantins - UNITINS. Já atuou como: coordenador pedagógico, coordenador de grupo de formação continuada, diretor escolar. Áreas de atuação: Educação, Matemática Aplicada, Matemática Financeira, Estatística e Gestão Escolar.

Raylson dos Santos Carneiro, Universidade Federal do Tocantins - UFT

Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia (PGEDA / EDUCANORTE), Universidade Federal do Tocantins (UFT); Mestre em Matemática pelo Programa de Mestrado Profissional em Matemática em rede nacional (PROFMAT/UFT); Possui Pós-Graduação Lato Sensu em Metodologia de Ensino e Pesquisa na Educação Matemática e Física, pela Faculdade Católica de Anápolis; Graduado em Licenciatura Plena em Matemática, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade de Gurupi (UNIRG). Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saberes e Fazeres em Contextos Socioculturais e Educacionais (GEPEFAZE). Integrante do Grupo de Pesquisa em Sustentabilidade de Solos e Recursos Hídricos. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre as Perspectivas Históricas e Atuais da Educação Matemática e Matemática (PHEMAT). Professor Efetivo da Universidade Federal do Tocantins (UFT), curso de Engenharia Florestal. Atua nas áreas: Educação, Matemática e Educação Matemática.

Idemar Vizolli, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Possui graduação em Ciências Naturais pela UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1985), graduação em Matemática pela UnC - Universidade do Contestado (1997); Mestrado em Educação pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (2001), Doutorado em Educação pela UFPR Universidade Federal do Paraná (2006) e Pós-doutoramento em Educação pela Universidade Estadual do Pará (2020). Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Tocantins; professor e orientador no Programa de Mestrado Acadêmico em Educação na UFT; no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECEM) na Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC); no Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia (EDUCANORTE) - Associação Plena em Rede; Coordenador estadual da REAMEC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Etnomatemática, saberes e fazeres em contextos socioculturais, Proporção-porcentagem, ideias matemáticas, fração, registro de representação semiótica; Educação do Campo; Educação de Jovens e Adultos; e Educação Escolar Indígena

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