ENTRE O DISCURSO (DA EXIGENCIA) E O ENSINO (DA INEXISTENCIA): O MEMORIAL ACADEMICO COMO CALCANHAR DE AQUILES DA AUTOAVALIAÇÃO ACADEMICA
Palavras-chave:
Autoavaliação acadêmica, Discurso, Ensino, Memorial acadêmicoResumo
Em Modelos de Gestão Pública, Rennó (2019) explicita as várias etapas pelos quais passou o serviço público: do patrimonialismo, focado na pessoalidade do Governante, ao “Public Service Orientation” (PSO), modelo de gestão pública que, ao contrário do patrimonialismo, assume o princípio da “accountability” ou da “prestação de contas”. Nesse sentido, a ideia de ‘prestar contas’ acabou por se estabelecer (mesmo que ainda de forma incipiente em alguns locais, e com tantos detentores ferozes) sobretudo no meio acadêmico. Mas como esta prestação de contas deverá ser feita? Se pensarmos nos processos de ascensão funcional da docência superior de uma universidade pública do Estado do Ceará, o documento escrito que deverá prestar contas deverá ser um memorial acadêmico (Oliveira, 2005). Supomos que este gênero materializa, apesar de ser marginalizado, através de sua escrita, e junto aos professores universitários, o discurso da “accountability”, visto que, no memorial acadêmico, o docente do ensino superior de uma universidade pública deverá justificar (prestar contas) de suas atividades (de ensino, de pesquisa, de extensão e de administração universitária) para ter concedida a sua ascensão funcional. Objetivamos, portanto, por meio de uma espécie de entrevista (ou um ensaio com perguntas e respostas), baseadas em questionamentos reais, com perguntas e respostas curtas (quando possível), estas construídas sobretudo a partir do trabalho de Oliveira (2005) e em reflexões subsequentes, refletir sobre o memorial, texto que, apesar de sua importância para o “sucesso” acadêmico, para seu début e continuidade, ainda é um gênero subestimado, senão marginalizado, pela academia.
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