POR QUE DISCUTIR UM CONCEITO DE MOVIMENTO NEGRO AGORA? OS NOVOS CONTEXTOS TEÓRICOS E POLÍTICOS NO CAMPO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Relações étnico-Raciais, Educação, Sociologia das Relações Raciais, Pós-colonialismo, Lei 10639/03

Resumo

Este artigo discute as dificuldades das teorias clássicas acerca das relações étnico-raciais para construir um conceito de movimento negro, o novo contexto criado a partir da lei 10639/03, e como as teorias sobre o descentramento do sujeito criam novas possibilidades interpretativas. A partir deste enquadramento analisa-se aqui a contribuição de Nilma Lino Gomes para o debate em “O Movimento Negro Educador: Saberes construídos nas lutas por emancipação”, que possibilitou um novo caminho para apreender as formas de educar e de produção de saberes descentrados produzidos pelas populações diaspóricas no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Ricardo Marques dos Santos, Professor na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos. Membro do Grupo de pesquisa em Etnicidades, Relações Raciais e Educação e do Legados Africanos, Relações étnico-raciais contemporâneas e Legislação educacional.

Dener Santos Silveira, Professor na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos. Membro do Grupo de pesquisa em Etnicidades, Relações Raciais e Educação e Transnacionalismo Negro e Diáspora Africana.

Referências

ADICHIE, C. N. Sejamos todos Feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

______. Para educar crianças feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

______. O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

ALMEIDA, S. Racismo estrutural. São Paulo: Polen, 2019.

ARRUDA, M. A. N. A Sociologia no Brasil: Florestan Fernades e a “escola paulista”. In: MICELI, S. (org). História das Ciências Sociais no Brasil. vol 1. São Paulo: Vertice editora Revista dos Tribunais/IDESP, 1989.

BASTOS, E, R. As criaturas de Prometeu: Gilberto Freyre e a formação da sociedade brasileira. São Paulo: Editora Global, 2006.

BATISTA, R, C, S, F. Clubes negros na espacialidade urbana de Juiz de Fora. Tese de doutorado em Educação Brasileira. Universidade Federal do Ceará. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SECAD, 2004.

CALDEIRA, T. P. R. A política dos outros: o cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder e dos poderosos. São Paulo: Brasiliense, 1984.

CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

______. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

COLLINS, R. As quatro tradições sociológicas. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

CORREA, M. As ilusões da liberdade: a escola de Nina Rodrigues e a Antropologia do Brasil. Bragança Paulista: EDUSF, 1998.

DAMATTA, R. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

DELEUZE, G. Bergsonismo. São Paulo: Editora 34, 2008.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka: por uma literatura do menor. Rio de Janeiro: Imago Editora LTDA, 1977.

______. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia vol I. São Paulo: Editora 34, 2009.

______. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia vol II. São Paulo: Editora 34, 2008a.

______. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia vol III. São Paulo: Editora 34, 2008b.

______. O que é Filosofia? São Paulo: Editora 34, 2009.

DU BOIS, W. E. B. The souls of black folk. New York: Literary classic of the United States, 1986.

FANON, F. Pele negra máscaras brancas. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

FAUSTINO, D. M. Por que Fanon? Por que agora? Franz Fanon e os fanonismos no Brasil. Tese (doutorado de sociologia) Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2015.

FERNADES, F. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: EDUSP, 2007.

______. A integração do negro na sociedade de classes VOL I. São Paulo: EDUSP, 1965a.

______. A integração do negro na sociedade de classes VOL II. São Paulo: EDUSP, 1965b.

______. A investigação etnológica no Brasil e outros ensaios. São Paulo: Global Editora, 2009.

______. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Global Editora, 2008.

FLOR, C. G. Da racialização a etnicização: a construção de um complexo de posicionar-se. Dissertação de Mestrado. Pós-graduação em Sociologia. Universidade Federal de São Carlos UFSCar. São Carlos, 2015.

FOUCAULT, M. Subjetividade e Verdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2016.

______. A verdade e as Formas Jurídicas. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2002.

GILROY, P. O Atlântico negro. São Paulo: Editora 34, 2001.

______. Postcolonial melancholia. New York: Columbia University Press, 2004.

______. Entre campos: nações, culturas e o fascínio da raça. São Paulo: Anablume, 2007.

______. Darker than blue: on the moral economies of black atlantic culture. Cambridge Massachusetts: Belknap press, 2010.

______. Smal Acts: thougths on politics of the black culture. London: Sepent’s tail, 1993.

______. There ain’t no black in union jack. The cultural politics of race and nacion. London: Hutchinson, 1987.

GONH, M. G. Movimentos sociais e educação. São Paulo: Cortez, 1992.

______. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Editora Loyola, 1997.

GOMES, J. D. Os Segredos de Virginia: Estudo de Atitudes Raciais em São Paulo (1945-1955). Tese de Doutorado. Departamento de Antropologia. Pós-Graduação em Antropologia social, 2013.

GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Editora Vozes, 2017.

GUIMARAES, A. S. A. Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Fundação de apoio a Universidade de São Paulo/Editora 34, 2002.

______. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2009.

GUTMANN, A. Introdução. In: TAYLOR, C. Multiculturalismo: Examinando a Política de Reconhecimento. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

HALL, S. The facto of blackness. Institute of Contemporary arts; Institute of International Visual Arts; Bay Press Seattle. 1996.

______. Race, articulation and societies strutured in dominance. In: Sociological theories: race and colonialism. Poole – England: Sydenhams Printers, 1980.

______. Quem precisa de Identidade? In: SILVA, T, T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Editora vozes, 2000.

______. A identidade cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.

HANCHARD, M. Orpheus and Power: the Movimento Negro Of São Paulo and Rio de Janeiro. New Jersey: Princeton University Press, 1994.

HERRSKOVITS, M. The myth of negro past. New York: Harper r Brothers Publishers, 1941.

HIRATA, D. V. Sobreviver na adversidade: entre o mercado e a vida. Programa de pós-graduação em sociologia. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010.

HONNETH, A. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da Liberdade. São Paulo: Editora WMF/Martins Fontes, 2017.

______. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo: Editora Elefante, 2019a.

______. Anseios: raça, gênero e políticas culturais. São Paulo: Editora Elefante, 2019b.

IANNI, O. As metamorfoses do escravo. São Paulo: Difusão Europeia, 1962.

______. Raças e classes sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

JOBIM, L. M. Clube União Beneficente: o protagonismo pedagógico de um clube social negro no município de São Vicente do Sul/RS. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Federal de Santa Maria, 2013.

LÉVI-STRAUSS, C. Os Pensadores. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1976.

______. Antropologia estrutural I. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

______. O cru e o cozido. São Paulo: Cosac Naify, 2004a.

______. Do mel as cinzas. São Paulo: Cosac Naify, 2004b.

______. Origens dos modos a mesa. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

______. O homem nu. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

MANNHEIM, K. Ideologia e utopia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

______. Sociologia da cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 1974.

MICELI, S. (org). História das ciências sociais no Brasil. vol 1. São Paulo: Vertice/editora Revista dos Tribunais/IDESP, 1989.

______. (org). História das ciências sociais no Brasil. vol 2. São Paulo: Vertice/editora Revista dos Tribunais/IDESP, 1995.

MORRIS, A. The Scholar Denied: W.E.B. Du Bois and the birth of modern sociology. Oakland: Universit of California Press, 2015.

MAIO, M. C. A história do Projeto Unesco: estudos raciais e ciências sociais no Brasil. Tese de Doutorado. Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1997.

OLIVEIRA, C. G. Lazer no preto e branco: histórias de integração do negro pelo lazer e animação sociocultural voluntária no clube Palmares de Volta Redonda/RJ. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Estadual de Londrina, 2012.

PEREIRA, M. A. E do silêncio fez-se a fala: oralidade e trajetória de vida de mulheres negras na cidade de Sorocaba. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Federal de São Carlos, 2014.

REID, A. Brancos e negros em São Paulo (1888-1988). Florianópolis: Edusc, 1999.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

______. Pequeno Dicionário Antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

RODRIGUES, T. C. Movimento negro no cenário brasileiro: embates e contribuições à política educacional das décadas de 1980-1990. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Universidade Federal de São Carlos. 2005.

______. A ascensão da diversidade nas políticas educacionais contemporâneas. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de São Carlos. 2011

SADER, E. Quando os novos personagens entram na cena: experiências e lutas dos trabalhadores da grande São Paulo 1970-1980. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

SAID, E. W. Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007.

SANTOS, B. S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. Porto: Edições Afrontamento, 2005.

SANTOS, J. R. M. Antes da república, sob o olhar do império: a produção do modo de vida e invenção de uma territorialidade diaspórica: o caso de Frutal/Uberaba (MG). Tese (doutorado de sociologia) Universidade Federal de São Carlos. São Carlos/SP. 2018.

______. A cidade, o local e o conceito de região a partir da perspectiva pós-colonial. Sertanias: Revista de Ciências Humanas e Sociais, v.1, n.1, p.53-81, 2021.

SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das letras, 1993.

______. Retrato em branco e negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século xix. São Paulo: Companhia das letras, 1987.

______; STARLING, H. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das letras, 2017.

SILVA, M. A. M. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no brasil (1960-2000). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2013.

SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.

SILVÉRIO, V.; TRINIDAD, C. T. Há algo novo a se dizer sobre as relações raciais no Brasil contemporâneo? Educação e Sociedade, v.33, n.120, p.891-914, 2012.

SLENES, R. Na senzala uma flor: esperança e recordações na formação da família escrava. Campinas: Editora Unicamp, 2011.

TAYLOR, C. Multiculturalismo: examinando a política de reconhecimento. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

______. Argumentos filosóficos. São Paulo: Editora Loyola, 2000.

VIOTTI, E. Da Senzala a Colônia. Editora Unesp. São Paulo. 2010a.

______. Da Monarquia a República. Editora Unesp. São Paulo. 2010b.

______. A abolição. Editora Unesp. São Paulo. 2010c.

WAIZBORT, L. as aventuras de Georg Simmel. Rio de Janeiro: Editora 34, 2013.

WIRTH, L. Prefácio. In: MANNHEIM, K. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

Publicado

2021-07-09

Como Citar

Santos, J. R. M. dos ., & Silveira, D. S. . (2021). POR QUE DISCUTIR UM CONCEITO DE MOVIMENTO NEGRO AGORA? OS NOVOS CONTEXTOS TEÓRICOS E POLÍTICOS NO CAMPO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL. Cenas Educacionais, 4, e11772. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/11772

Edição

Seção

Dossiê Temático