INVISIBILIZAÇÃO E ESTEREOTIPIA: REPRESENTAÇÕES DOS POVOS INDÍGENAS NO LIVRO DIDÁTICO E NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE HISTÓRIA
Resumo
Desde o “descobrimento”, a representação usual dos povos indígenas brasileiros é como de sujeitos incapazes de ação e iniciativa e a de suas sociedades como presas ao passado e imunes ao dinamismo. Entretanto, como qualquer povo, cultura ou sociedade, o(a)s indígenas estão sujeitos a transformações. As mudanças ocorrem devido a perdas de recursos que garantem a sobrevivência, à evolução das práticas cotidianas e à constante luta pela sobrevivência. Desde a Constituição de 1988, os povos indígenas têm a garantia de inúmeros direitos – sobretudo à terra –; a efetivação desses direitos tem marcado sua luta no contexto atual social. A garantia da inclusão da diversidade cultural indígena no âmbito escolar e seu reconhecimento são fatores base para ressignificação da vida do indígena. Na escola, a visão conservadora existente reflete acerca dos povos indígenas apenas na data comemorativa do Dia do Índio, de maneira vaga e descontextualizada. A despeito da diversidade linguística e cultural existente no Brasil, decorrente da existência desses povos, tanto as etapas da formação docente como as propostas curriculares e materiais didáticos os têm invisibilizado ao longo dos anos. A despeito da Lei 11.645/2008 determinar a inserção de história e culturas indígenas nos cursos de formação docente e na Educação Básica, o quadro atual ainda indica a ausência dessa temática no currículo dos cursos de Licenciatura em História – do que decorre uma desinformação e um despreparo geral do(a)s docentes dessa disciplina para seu trabalho naquele nível de ensino – bem como nos livros didáticos nele utilizados.