DISTOPIA E CIDADE EM UM PIANO PARA CAVALOS ALTOS, DE SANDRO WILLIAM JUNQUEIRA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13821552Palavras-chave:
Distopia, Cidade, Um piano para cavalos altosResumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a cidade em um contexto distópico na obra Um piano para cavalos altos (2012), do escritor português contemporâneo Sandro William Junqueira. Os estudos da cidade na literatura são relevantes para refletir sobre as relações sociais em um contexto de rápidas transformações, motivado por questões econômicas e políticas. A cidade, outrora considerada um lugar acolhedor, tornara-se um campo de disputas, com uma realidade cada vez mais segregadora. O estudo ampara-se na visão de Gregory Claeys (2017) e Tom Moylan (2016), quanto às reflexões sobre distopia; Carl Abbott (2016), sobre cidade distópica; David Harvey (2014), para o entendimento sobre os conflitos socioespaciais. Uma cidade entrópica atinge seu auge na contemporaneidade, sobretudo, com a presença da globalização, gestões políticas questionáveis, guerras, agressões ao meio ambiente, controle social, entre outros problemas. É nesse contexto que surge a literatura distópica, com possibilidade de reflexão sobre problemas urbanos por meio de narrativas que constroem cenários potenciais a partir da realidade atual. O livro Um piano para cavalos altos fornece a metáfora distópica dos dias contemporâneos, colocando em cena uma cidade pautada no controle social e na segregação que se impõe por zonas, cuja classe dominante legitima privilégios. Diante desse cenário autoritário, um grupo de resistência fornece uma perspectiva esperançosa, caracterizando uma vertente da ficção distópica definida como distopia crítica.
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