XIMAN POTEH: ILUMINANDO CAMINHOS PARA O FUTURISMO INDÍGENA NA LITERATURA BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13763169Palavras-chave:
Literatura, Povos indígenas, Fantasia, Viagem espacialResumo
Este artigo apresenta uma breve análise do primeiro conto do livro Ximan Poteh: contos dos futuros Puris, a partir do conceito de Futurismo Indígena. O conto escolhido para análise intitula-se “A canoa, o chefe e o seu principal inimigo”. Trata-se de um estudo bibliográfico e interpretativo, de cunho qualitativo. O conceito de Futurismo Indígena foi pensado pela pesquisadora da nação Anishinaabe, Grace Dillon, a fim de refletir sobre o protagonismo indígena no futuro e, por meio da literatura e outras artes, (re)imaginar futuros em que o indígena não apenas seja protagonista, mas também que sua cultura, cosmovisão, cosmologia e história sejam respeitadas e valorizadas. A análise permitiu evidenciar, nesse conto, duas características mais amplas do Futurismo Indígena, a saber: a) a pluralidade de sujeitos e suas demandas específicas; b) a temporalidade cíclica/não linear. Essas duas características mais amplas englobam outras mais específicas, tais como a ancestralidade e a espiritualidade, a cosmovisão e a cosmologia indígena, os grafismos e a linguagem nativa etc. Embora o Futurismo Indígena seja uma abordagem bastante recente e que requer mais aprofundamento, este estudo permitiu verificar como as características evidenciadas apontam para o fim da branquitude como estrutura de dominação e como o Futurismo Indígena é um caminho para confrontar as narrativas coloniais de primitivismo e desaparecimento dos povos originários, negando o ponto de vista de uma história única.
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