A (IN)VISIBILIDADE DE PRÁTICAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS

Autores

Palavras-chave:

Esporte, História, Cultura, Historiografia

Resumo

Esse texto objetivou discutir a (in)visibilidade de práticas esportivas desenvolvidas no cotidiano dos brasileiros não atletas até a década de 1970. Trata-se de um debate teórico-crítico-reflexivo. Notou-se que a ocupação do tempo livre por práticas corporais autônomas vem perdendo espaço para aquelas ditadas pelos interesses econômicos e políticos dominantes. A partir de uma abordagem historiográfica e cultural é possível reconhecer diferentes possibilidades da prática esportiva. Um olhar mais atento permitiu a identificação de importantes práticas esportivas invisíveis, que não atendem aos ditames regulamentares oficiais. A prática esportiva ao longo da história ainda é permeada por importantes (in)visibilidades/negligencias da academia, que norteia sua perspectiva no modelo tradicional e baseada em comparações, que ignoram as múltiplas representações das culturas esportivas construídas, desenvolvidas e/ou adaptadas ao cotidiano dos sujeitos não atletas, práticas corporais livres e libertadoras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leila Maria Prates Teixeira Mussi, Doutoranda em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

Mestra em História Regional e Local pela Universidade do Estado da Bahia. Professora na Faculdade Santo Agostinho de Vitória da Conquista. Integrante do Núcleo Internacional de Estudos em Direitos Humanos, Educação, Cultura e Saúde.

Ricardo Franklin de Freitas Mussi, Docente no Programa de Pós-Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catariana. Integrante do Núcleo Internacional de Estudos em Direitos Humanos, Educação, Cultura e Saúde.

Referências

ANDERETE SCHWAL, M. Qué deportes practican los niños y las niñas aspirantes a una escuela preuniversitaria de argentina, según su origen educativo y su género. Cenas Educacionais, v. 4, p. e10349, 9 jun. 2021.

BARROS, J. D´A. O Campo da História: especialidades e abordagens. 9ª Edição. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013a.

BARROS, J. D´A. Prefácio. In: MELO, V. A. et al. Pesquisa Histórica e História do Esporte. Rio de Janeiro: 7 letras editor, 2013b. p.11-19.

BENTO, J. O. Corpo e Desporto: reflexões em torno desta relação. In: MOREIRA, W. W. (Org.). Século XXI: era do corpo ativo. Campinas: Papirus, 2006, p. 155-182.

BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.

CHARTIER, R. A História Cultural – entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.

DIAS, C.; FORTES, R.; MELO, V. A. Sobre as ondas: surfe, juventude e cultura no Rio de Janeiro dos anos 1960. In: FORTES, R.; MELO, V. A. Comunicação e esporte: reflexões a partir do cinema. Rio de Janeiro: 7 letras, 2014.

ELIAS, N.; DUNNING, E. A busca da excitação: desporto e lazer no processo civilizacional. Lisboa: Edições 70, 2019.

FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos Deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Cia das letras, 2007

FOUCAULT, M. “Aula 17/03/1976”. In: Em Defesa da Sociedade. SP: Martins Fontes, 2002, p. 285-315.

GIGLIO, S. S.; RÚBIO, K. Futebol profissional: o mercado e as práticas de liberdade. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.27, n.3, p.387-400, 2013.

GIULIANOTTI, R. Sport: a critical sociology. 2nd Ed. Cambridge: Polity, 2016.

HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções: Europa 1989-1848. 37 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.

KALIMAN, R. J. ¿Como Reconstruir La Consciencia de Lo Subalterno? In: RODRÍGUEZ, I. (Org.). Convergencia de Tiempos: Estúdios Subalternos/Contextos Latino-Americanos Estado, Cultura, Subalternidade. Amsterdam – Atlanta, 2001, p. 61-69

KNIJNIK, J. D. Handebol. São Paulo: Odysseus Editora, 2009. (Coleção Agôn, o espírito do esporte).

MARTA, F. E. F. O Esporte nas primeiras edições do Jornal 'A Tarde'. In: Simpósio Nacional de História da ANPUH, 27, 2013, Natal. Anais... Natal: ANPUH, 2013.

MELO, V. A. O corpo esportivo nas searas tupiniquins – panorama histórico. In: DEL PRIORI, M.; AMANTINO, M. História do Corpo no Brasil. São Paulo: Unesp, 2011. p.507-530

MELO, V. A. Sportsmen: os primeiros momentos da configuração de um público esportivo no Brasil. In: HOLLANDA, B. B. B.; SANTOS, J. M. C. M.; TOLEDO, L. H.; MELO, V. A. A Torcida Brasileira. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012. p.21-52.

MELO, V. A.; FORTE, R.; PERES, F.; COUTO, A. A. G. Pesquisa Histórica e História do Esporte. Rio de Janeiro: 7 Letras editor, 2013.

MOURA, D. L.; BENTO, G. S.; SANTOS, F. O.; LOVISOLO, H. Esporte, mulheres e masculinidades. Esporte e Sociedade, v.5, n.13, p.1-22, 2010.

MUSSI, R. F. F.; MUSSI, L. M. P. T.; BAHIA, C. S.; AMORIM, A. M. Atividades físicas praticadas no tempo livre em Comunidade quilombola do Alto Sertão baiano. Licere, Belo Horizonte, v.18, n.1, p.157-187, 2015.

NUNES, C. C.; MATTEDI, M. A. Esporte e território: a territorialização do handebol no estado de Santa Catarina. Recorde: Revista de História do Esporte, v.7, n.2, p.1-30, 2014.

OLIVEIRA, M. A. T. O esporte brasileiro em tempos de exceção: sob a égide da ditadura (1964-1985). In: DEL PRIORI, M.; MELO, V. A. (orgs.) História do Esporte no Brasil. São Paulo: UNESP, 2009. p.387-416

PADRÓS, E. S. A ditadura civil-militar Uruguaia: doutrina e segurança nacional. Revista Varia História, v.28, n.48, p.495-517, 2012.

PARDINI, M. M. A narrativa da ordem e a voz da multidão: o futebol na imprensa durante o Estado Novo (1937-1945). 236 f. Dissertação (Mestrado em História Social). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.

PAZIN, N. P. A. Esporte para Todos (EPT): a reinvenção da alegria brasileira (1971-1985) 2014. 304 f. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, 2014.

PAZIN, N. P. A.; AZEVÊDO, D. P.; NERY, M. S. Política de massificação do esporte. Cenas Educacionais, v. 2, n. 2, p. 61-95, 2019.

PEIL, L. M. N. O Esporte no 3o Milênio. In: Fórum Olímpico 2000, 2000, Porto Alegre. ANAIS... Porto Alegre: UFRGS, 2000, p.125-130.

PRIORE, Mary Del. MELO, Victor A. (orgs) História do Esporte no Brasil: do Império aos dias atuais. São Paulo: Editora Unesp, 2009.

RÚBIO, K.; SIMÕES, A. C. De espectadoras a protagonistas - A conquista do espaço esportivo pelas mulheres. Movimento, v.5, n.11, p.50-56, 1999.

SANTIAGO, S. O entre-lugar do discurso latino-americano. In: SANTIAGO, S. Uma literatura nos trópicos: ensaio sobre a dependência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 9-26.

SIGOLI, M. A.; ROSE JÚNIOR, D. A história do uso político do esporte. Revista brasileira de Ciência e Movimento, v.12, n.2, p.111-119, 2004.

SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Edufmg, 2010, p. 85-126.

VIGARELLO, G.; HOLT, R. O corpo trabalhado: ginastas e esportistas no século XIX. In: CORBIN, A.; COURTINE, J.; VIGARELLO, G. (org.). História do Corpo: da revolução à grande guerra. 3 ed. Vol. 2. Petrópolis: Vozes, 2009. p.293-478.

Publicado

29-12-2021

Como Citar

TEIXEIRA MUSSI, L. M. P.; MUSSI, R. F. de F. A (IN)VISIBILIDADE DE PRÁTICAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 4, p. e10695, 2021. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/10695. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)