A Matemática Financeira no Ensino Médio Brasileiro: perspectivas para formação de indivíduos críticos
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é imperativo formar cidadãos mais ativos, críticos, analíticos e que sejam capazes de modificar o ambiente no qual estão inseridos. O ensino da Matemática Financeira aos estudantes do Ensino Médio não foge a essa regra e é conhecimento fundamental a qualquer indivíduo. Assim, para entender a importância da Matemática Financeira buscou-se compreender como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) definida pelo Governo Federal, a BNCC e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) interagem para promover o desenvolvimento destes cidadãos mais críticos e participativos na sociedade. Através de uma pesquisa qualitativa, baseada em revisão de literatura e documental buscou-se identificar os pontos convergentes e discrepantes entre estas três diretrizes legais e a formação de cidadão efetivamente críticos. Concluiu-se que a base legal para educação no Brasil proporciona às escolas esta opção. No Ensino Médio, particularmente, isso ocorre atualmente através da construção, por parte das escolas, do Projeto de Vida, além do exposto nas diretrizes da BNCC. As pesquisas que subsidiaram as conclusões demonstram que o uso de exemplos reais, práticos e aplicáveis a realidade rotineira dos alunos tem grande efeito para desenvolver o pensamento crítico na Matemática Financeira. Identificou-se também que uma exigência básica aos profissionais deste século é o desenvolvimento de sua criticidade em qualquer área do conhecimento, mas principalmente nas relacionadas e negócios e investimentos financeiros.
Downloads
Detalhes do artigo
Uma nova publicação de artigo anteriormente publicado na Revista Baiana de Educação Matemática, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, seguindo as normas de referência. Autores que publicam na RBEM concordam com os seguintes termos:
-
O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, sintática, ortográfica e bibliográfica com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais poderão ou não ser enviadas aos autores.
-
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA).
-
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, exemplo: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial na RBEM.
-
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online — em repositórios institucionais, página pessoal, rede social ou demais sites de divulgação científica.
Referências
AMORIN, V. O Ensino da Matemática Financeira: um livro didático ao mundo real. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática. 2º Simpósio de Formação de Professores de Matemática da Região Nordeste. 2016. 37p.
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas aplicações. São Paulo: Atlas, 2012. 287p.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. BCB. Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF. Disponível em:< https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/Estrategia_Nacional_Educacao_Financeira_ENEF.pdf >. Acesso em 04 abr. 2021.
BARTHO, V. D. DE O. R.; MOTA, N. A. Aspectos da Concepção de Educação Matemática Crítica em Material Didático de Matemática Financeira. Perspectivas da Educação Matemática, v. 13, n. 31, p. 1-18, 29 abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.46312/pem.v13i31.7830
BLACK, S. M.; ELLIS, R. B. Evaluating the level of Critical Thinking in Introductory Investments Courses. Academy of Educational Leadership Journal, v.14, n.4, p.99-106, 2010.
BRASIL. Decreto n. 10.393 de 9 de junho de 2020. Institui a nova Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF e o Fórum Brasileiro de Educação Financeira - FBEF. Brasília, DF, 2020. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10393.htm >. Acesso em 03 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2018. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio >. Acesso em: 02 abr. 2021.
BRASIL. Lei n. 13.415 de 16 de fevereiro de 2017. Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Brasília, DF, 2017. Disponível em: < https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=13415&ano=2017&ato=115MzZE5EeZpWT9be>. Acesso em 02 de abril de 2021
BRASIL. Decreto n. 7.397 de 22 de dezembro de 2010. Institui a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF, dispõe sobre a sua gestão e dá outras providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7397.htm >. Acesso em 3 abr. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm >. Acesso em 02 abr. 2021
BRUM, M.; LEÃO, L. S.; LEGONVINI, A.; MARCHETT, R. ZIA, B. The Impact of High School Financial Education: Experimental Evidence from Brazil. The World Bank Development Research Group & Latin America and Caribbean Region December 2013. Policy Research Working Paper. 6723. 2013. 55p.
CEBRIAN, M. Enseñanza virtual para la innovación universitaria. Madrid, España: Narcea S.A, 2003.
CUNHA, C. L.; LAUDARES, J. B. Resolução de Problemas na Matemática Financeira para Tratamento de Questões da Educação Financeira no Ensino Médio. Bolema, Rio Claro (SP), v. 31, n. 58, p. 659-678, ago. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v31n58a07
D'AMBRÓSIO, U. Educação Matemática: uma visão do Estado da Arte. Pro-posições, v.4, n.1, p.7-17, 1993.
D'AMBRÓSIO, U. Etnomatemática - elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica. (Coleção em Educação Matemática, n.1). 2001
DIAS, C. R.; OLGIN, C. A. Educação Matemática Crítica: uma experiência com o tema educação financeira. Revista Eletrônica de Educação Matemática - REVEMAT, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 01-18, 2020. DOI: https://doi.org/10.5007/1981-1322.2020.e70007
DÍAZ, J. G.; POLO, F. N.; TORO, S. M. Metodologías activas para la solución de problemas al enseñar matemáticas financieras. Omnia, v. 23, n. 1, january-april, p. 44-58, 2017. Disponível em: < http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=73753475005 >. Acesso em 01 abr. 2021.
ERNEST, P. New angles on old rules, Times Higher Educational Supplement, 6 September 1996.
ERNEST, P. Social Constructivism as a Philosophy of Mathematics. Albany, NY: State University of New York Press. 1998. 329 p.
ERNEST, P. An Overview of the Philosophy of Mathematics Education. In: ERNEST, P., SKOVSMOSE, O., VAN BENDEGEM, J. P., BICUDO, M., MIARKA, R., KVASZ, L., & MOELLER, R. The philosophy of mathematics education. Springer Nature. 2016. p.3-8
ESTRATÉGIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA. ENEF. Entendendo a ENEF. Disponível em: < https://www.vidaedinheiro.gov.br/wp-content/uploads/2019/07/Infografico-frente-mesclado.pdf >. Acesso em 03 abr. 2021.
FERREIRA, S. M.; BISOGNIN, V. Construction of Mathematical and Financial Concepts based on Realistic Mathematics Education. Acta Scientiae, Canoas, v.22, n.5, p 226-253. Sep./oct. 2020. DOI: https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.5925
FRANZONI, P.; QUARTIERI, M. T. Mathematical Investigation Contributions for the Financial Education and Economics Teaching. Acta Scientiae, Canoas, v.22, n.6, p.2-24, nov./dec. 2020. DOI: https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.5878
GIL, L. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Ed. São Paulo: Atlas. 2008. 200p
HARTMANN, A. L. B; REISDOERFER, C.; FERREIRA, I. F.; MARIANIA, R. C. P. Educação Financeira no Ensino Médio: uma experiência sob o olhar da Matemática Crítica. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática. JIEEM. v.12, n.2, p. 154-163, 2019.
HOFMANN, R. M.; MORO, M. L. F. Educação matemática e educação financeira: perspectivas para a ENEF. Zetetiké. v. 20, n. 38, p.37-34, jul/dez 2012.
LEVY, L. F. (2016). Pode-se Aprender Matemática Através da Investigação de Casos Particulares? Alexandria - Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v.9, n.2, Trindade, SC. p.287-301, 2016.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. V. Fundamentos da Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MASOLA, W. de J.; ALLEVATO, N. S. G. Dificuldade da aprendizagem Matemática: algumas reflexões. Educação Matemática Debate, Montes Claros. v. 3, n. 7, p. 52- 67, jan./abr. 2019. DOI: 10.24116/emd.v3n7a03
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. OCDE. Recomendação sobre os Princípios e as Boas Práticas de Educação e Conscientização Financeira. Disponível em: < https://www.oecd.org/daf/fin/financial-education/[PT]%20Recomenda%C3%A7%C3%A3o%20Princ%C3%ADpios%20de%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Financeira%202005%20.pdf >. Acesso em 24 fev. 2021.
PUCCINI, E. C. Matemática financeira e análise de investimentos. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2011. 204p. Disponível em: <http://www.ead.uepb.edu.br/arquivos/Livros_UEPB_053_2012/14-matem%E1tica%20financeira%20e%20an%E1lise%20de%20investimentos/livro%20matem%E1tica%20financeira%20e%20an%E1lise%20de%20investimentos.pdf >. Acesso em 17 set. 2021.
RIBEIRO, S. P.; RIZZO, M. R.; SCARAUSI, V. G. S.. Educação financeira sob a ótica da análise bibliométrica embasada no portal SPELL. Revista Brasileira de Administração Científica, v.11, n.3, p.34-44, 2020. DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2020.003.0003
SILVA, A. M.; POWELL, A. B. Um Programa de Educação Financeira para a
Matemática Escolar da Educação Básica. In: XI Encontro Nacional
de Educação Matemática: Retrospectiva e Perspectiva. Curitiba, Paraná. 18 a 21 jul. 2013. Anais... Curitiba, Paraná, 2013. 17p. Disponível em: < https://docplayer.com.br/5940248-Um-programa-de-educacao-financeira-para-a-matematica-escolar-da-educacao-basica.html >. Acesso em 11 abr. 2021.
SKOVSMOSE, O. Desafios da Educação Matemática Crítica. Tradução de Orlando de Andrade Figueiredo e Jonei Cerqueira Barbosa. Campinas: Papirus. 2008. 138p.
TEIXEIRA, P. J. M. Educação Financeira Crítica: um estudo com alunos dos anos finais do ensino fundamental. Revista Panorâmica, v.29, jan./abr. p.85-108, 2020.
SKOVSMOSE, O. Competencia democrática y conocimiento reflexivo en matemáticas. Revista EMA, v. 2, n. 3, p. 191-216, 1997.
VANZETTO GARCIA, V. C. V. Fundamentação teórica para as perguntas primárias: O que é matemática? Por que ensinar? Como se ensina e como se aprende?. Educação, v.32, n.2, maio-ago. p.176-184, 2009.
VILLARINI JUSINO, Á. R. Teoría y pedagogía del pensamiento crítico. Perspectivas Psicológicas, v. 4, n. 3-4, p. 35-42, 2003.
WORLD ECONOMIC FORUM. Global Challenge Insight Report. The Future of Jobs -
Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution. Jan/2016. 157p. Disponível em:. Acesso em 03 abr. 2021.
YIN, R. K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016. 336p.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2014. 205p.