Entre a memória, a literatura e a educação: práticas de escrita de si no IFRO, Campus Ji-Paraná
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2022.v7.n21.p357-370Palavras-chave:
Narrativas (auto) biográficas. Memória. Educação e Linguagem. Literatura.Resumo
Em consonância com a concepção de educação emancipatória (FREIRE, 2006), na qual os estudantes são sujeitos protagonistas em seu processo de aprendizagem, a abordagem (auto) biográfica configura-se como importante dispositivo formativo em educação (DELORY-MOMBERGER, 2016). Dessa forma, este artigo coloca em cena narrativas de jovens estudantes do ensino médio-técnico de uma instituição federal de Rondônia - campus Ji-Paraná - e numa abordagem qualitativa, analisa as narrativas desses alunos a respeito de suas experiências de leituras literárias. As escritas de si inspiradas em suas memórias fazem movimentar as experiências de vida dos discentes, abrindo portas às reflexões iniciais de uma pesquisa de Doutorado, em uma universidade de Rondônia. Os sujeitos se constroem ao narrarem suas vidas em seus textos, e como forma de praticar a escuta sensível, o gênero memorial torna-se fundamental para realizar a dinamização da linguagem, ao passo que tece diálogos entre a memória e as experiências dos discentes. Os estudos de Marcuschi (2002), Bakhtin (1997), Candau (2016), Candido (2011) e Cosson (2016) ajudam a refletir que os diálogos entre a linguagem e a vida nascem nas práticas sociais, e igualmente permite reflexões sobre o ensino de Literatura na última etapa da Educação Básica da Amazônia Ocidental.
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