Emprego e trabalho
um estudo com egressos de um colégio técnico
DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2021.v6.n3.12861Palavras-chave:
Trabalho, Educação Profissional e Tecnológica, EmpregoResumo
Objetivou-se a análise do movimento e da inserção dos estudantes que realizaram os Cursos Técnicos em Eletrotécnica, Eletromecânica, Mecânica e Segurança do Trabalho, na Modalidade Subsequente (Turmas entre os períodos 2005-2012) em colégio técnico vinculado a uma universidade federal. Descreve-se a dinâmica e consequente transição ocorrida no espaço e tempo decorridos entre a Escola e a Empresa. O recorte de tempo da pesquisa equivale ao período de governo dos presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (2003-2014), que, no campo da política brasileira, apresentou indícios de uma possível diferenciação ao projeto neoliberal, como projeto societário no âmbito do embate político, social e ideológico. Partiu-se da proposição que a possibilidade da realização de um curso técnico pode influenciar decisivamente na configuração das fronteiras de convivência dos sujeitos, determinando as suas reais condições de vida e enfrentamento do mundo do trabalho, emprego e empregabilidade. Nessa perspectiva, a pesquisa teve como aporte teórico/metodológico a análise dialética, compreendida como possibilidade crítica de análise dos fenômenos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quarenta e quatro estudantes. A análise dos dados foi produzida em consonância com a dialética. Como resultado, confirmou-se a proposição inicial, pois 86% (38) dos sujeitos entrevistados atualmente trabalham na sua área de formação técnica; 82% (36) do coletivo evidenciou o aumento da renda após a conclusão do Curso Técnico e o grau de satisfação com a área de formação técnica escolhida atingiu um índice total de 98% (43); revelou ainda que 93%, isto é, 40 de 44 entrevistados confirmam a importância da Educação Profissional para o seu ingresso e permanência no mundo do trabalho. Destacam-se as diferenças entre as classes sociais historicamente constituídas e contraditórias. Em decorrência, há a conflituosa trajetória de pertença ao mundo do trabalho, reconhecendo-se, então, o movimento dos trabalhadores, que se implica em um choque de realidade.
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