O rito guerreiro e sagrado entre a cabocla Joana D’arc e as mulheres indígenas numa ilha do Rio São Francisco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.iedicao-especial-02.a22519

Palavras-chave:

Identidade, Cultura, Mulheres Indígenas

Resumo

Este estudo aborda o rito à cabocla Joan d’Arc numa guerra contra as mulheres indígenas vivenciada em uma comunidade rural negra do semiárido brasileiro, como uma das muitas formas de expressões da cultura negra localizada, mais especificamente, em uma ilha do rio São Francisco. O estudo teve por objetivo analisar os padrões rituais orientados pelo seu idealizador como indicações de gênero, de religiosidade e de identidade guerreira da comunidade envolvida. Tendo como parâmetro a vivência de um embate guerreiro que foi capaz de agregar todos os seus habitantes por um longo tempo de sua história, a celebração sempre recorreu as alegorias produzidas na própria comunidade. A pesquisa resultou de uma problemática relacionada a permanência da tradição em comunidades rurais negras e suas memórias ancestrais. Neste estudo foram apresentados e descritos recortes de um extenso painel de vivência festiva e devocional desenhado pela comunidade rural negra da ilha do Massangano – PE, no semiárido Nordestino. O estudo de natureza etnográfica mostra parte da trajetória de um povo em seu processo de re(existência) cultural, étnica e histórica tematizando toda uma ritualização de seu cotidiano. A investigação oportunizou, entre outros fatores, o conhecimento da gênese de uma guerra ensinada e ensaiada pela espiritualidade das entidades que protegem as gentes que ali habitam. Tendo como expressão sagrada o rito oriundo da mediunidade espírita, representada pela comunicação entre guias e entidades, os resultados da pesquisa apontaram que, acima de tudo, a batalha vivenciada numa comunidade insular do Sertão do Médio São Francisco fortaleceu, definitivamente, laços afetivos, festivos, identitários, culturais, religiosos e de memória entre os massanganos.

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Biografia do Autor

Maria Aparecida Ventura Brandão, Universidade de Pernambuco - UPE

Doutora em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da Universidade Estado da Bahia - UNEB. Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2004) e é graduada em Letras pela Universidade de Pernambuco - UPE - (1985). Atualmente é professora assistente da Universidade de Pernambuco - Campus Petrolina, ministrando disciplinas no Curso de Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa na área de Literatura a partir das seguintes abordagens: teorias que regem o ensino da literatura, literatura e história, literatura e sociedade, literatura e interdisciplinaridade, literatura e pedagogia, literatura e identidade, literatura e memória, literatura e formação de professores. Na área de Letras, atuou, ainda, como Professora de Estágio Supervisionado. Atuou como coordenadora de Pólo do PROGRAPE - Programa de Graduação em Pedagogia - UPE - do ano 2000 a 2008. Foi presidente do Conselho Municipal de Educação de Petrolina no período de 2005 a 2007. Atuou como Professora Pesquisadora da EAD - UPE -Campus Petrolina na área de Filosofia da Educação. Atuou como Coordenadora do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID- na área de Letras - Língua Portuguesa da Universidade de Pernambuco - UPE - Campus Petrolina-PE de 2014 a 2018.

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Publicado

2024-12-13

Como Citar

VENTURA BRANDÃO, M. A. O rito guerreiro e sagrado entre a cabocla Joana D’arc e as mulheres indígenas numa ilha do Rio São Francisco. Revista Ouricuri, [S. l.], v. 14, n. edicao-especial-02, p. 03–21, 2024. DOI: 10.59360/ouricuri.vol14.iedicao-especial-02.a22519. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/ouricuri/article/view/22519. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Edição Especial – Encontro de Egressos 2024

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