Ruralidades em vó maria
(auto)etnografia pelos trilhos memorialísticos da infância
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.i1.a18393Palavras-chave:
Família, Memória, Roça, Pesquisa (Auto)etnográficaResumo
Nesta (Auto)etnografia, porque escrita em primeira pessoa (auto = eu), o autor retoma a história de sua família matriarcal, portanto, uma comunidade (ethnos = etno) insólita para os padrões interioranos do sertão baiano, para escrever (grapho = grafia) e analisar o pertencimento às semióticas do rural. O trabalho foi dividido em duas seções, tendo a primeira o mote historiográfico e contextual a partir dos trilhos do trem que, de alguma maneira, entrecortou a história recente da família do autor. A segunda parte focou na relação da personagem principal, Vó Maria, com a roça mesmo depois de tantos trânsitos entre os elementos culturais e as territorialidades da roça-cidade. Para tanto, empreendeu-se uma viagem subjetiva pela locomotiva da memória pessoal de si mesmo (locus do estudo) rumo à infância e às personagens importantes dessa fase da vida. Vó Maria foi o fio condutor dessa narração, imbricando-se nas bifurcações: pai e marido, roça e cidade, objetivo e subjetivo, passado e presente, História e estória, ela (Vó Maria) e o autor (seu neto). Ao final da leitura, se verificará o quanto Vó Maria esteve veiculada às coisas próprias da roça: o manejo dos recursos medicinais das plantas, da terra e da religiosidade popular; espaço (i)material no qual ela se locomoveu na síntese dialógica do trabalho-fruição-trabalho, objetivando-se na memória da roça daquela infância deixada no passado, mas, reverberada, como herança, na subjetividade do neto.
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