“ONDE É QUE TUDO DEU ERRADO?” : A DISTOPIA COMO INTERLOCUTORA DAS FRATURAS HISTORIOGRÁFICAS A PARTIR DO SÉCULO XX

Autores

  • Daniela Moura Rocha de Souza UNEB/Professora

Resumo

O processo de renovação da história ao longo do século XX, responde à crise do utopismo moderno, construído entre os séculos XVIII e XIX, que sob o prisma de uma ciência positiva, metódica e historicista, construiu o pilar da cientificidade histórica, cujo alicerce passa a ser questionado a partir da emergência de vertentes pós-modernas, na qual emerge no campo do discurso, a difusão de uma história desconstruída, interpretativa/inventada, e um policentrismo epistemológico que coloca em xeque o pacto de verdade, questionando assim, a própria dimensão científica da história. Diante desse cenário, é legítimo tomarmos o termo distopia, como um recurso analítico de compreensão tanto dos contextos contemporâneos (do século XX e XXI), quanto da própria produção historiográfica. Imperativo considerar que tanto a utopia quanto a distopia, encontraram terreno fértil tanto na ficção, quanto na política, e seu conceito tem sido utilizado por alguns historiadores contemporâneos, como uma forma de entender a sociedade, por meio do triângulo utopia, distopia e caos, relacionando-o com a crítica ao imperialismo capitalista e suas consequências devastadoras. Entender os processos históricos a luz dos conceitos utopia/distopia, não reduzindo-as como dimensões estritamente opostas e sim, na complexa convivência de ambas, traz para além dos desafios, interessantes possibilidades. Este texto, discorre acerca de como a interpretação distópica da história abalaria, tanto o mito fundador do passado, quanto o mito de fundação científica da história na modernidade. A partir desse entendimento, buscamos, compreender o percurso historiográfico diante dessa crise, como também a crise dos modelos utópicos que sustentaram o discurso das sociedades modernas, refletidas também pela literatura distópica a partir do século XX. 

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Publicado

2022-07-04

Como Citar

DE SOUZA, D. M. R. “ONDE É QUE TUDO DEU ERRADO?” : A DISTOPIA COMO INTERLOCUTORA DAS FRATURAS HISTORIOGRÁFICAS A PARTIR DO SÉCULO XX. Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, Caetité, v. 1, n. 9, p. 10–27, 2022. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/nhipe/article/view/14133. Acesso em: 19 abr. 2024.