“Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”
Risorgimento Italiano em Il Gattopardo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa e nos Quaderni del carcere de Antonio Gramsci
Palavras-chave:
Il Gattopardo, Quaderni del cárcere, Risorgimento Italiano, RealismoResumo
O presente artigo tem por objetivo abordar o chamado Risorgimento Italiano a partir das obras Il Gattopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, e os Quaderni del carcere, de Antonio Gramsci. A partir da premissa de que a literatura constitui uma fonte para o trabalho de historiadores, propõe-se aqui um diálogo entre uma fonte literária específica e uma análise político-social, com implicações historiográficas. O romance utilizado nesta análise é Il Gattopardo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, que retrata um momento de transformação política, social e econômica ocorrida na Itália do século XIX. Vislumbra-se nessa obra literária o cotidiano de uma sociedade monárquica em decadência e o surgimento de um Estado burguês centralizado. Para compor o exercício dialógico aqui proposto, utiliza-se dos Quaderni del carcere do sardo Antonio Gramsci. A partir dessas obras, procura-se colocar em destaque os pontos de interseção entre os textos para que ambas auxiliem na compreensão mais ampla acerca do que foi a constituição da Itália como Estado Nacional, o Risorgimento Italiano. O intercruzamento dessas duas fontes viabiliza a escrita historiográfica, e proporciona a adoção de conceitos que auxiliam na análise do período, como “revolução passiva” e “transformismo” propostos por Gramsci, imprescindíveis para a análise da unificação italiana. A correlação entre tais conceitos de Gramsci com a narrativa em prosa de di Lampedusa se viabiliza com o auxílio das concepções de György Lukács sobre realismo.
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