Ensino de filosofia frente aos desafios da Escola Sem Partido
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n58.p201-215Resumo
O objetivo deste artigo é repensar o ensino de filosofia à luz de uma reflexão crítica sobre o movimento Escola Sem Partido. Com base no pensamento de Paulo Freire, colocamo-nos diante de um horizonte de alteridade ética, de inspiração utópica, que toma o educando como principal razão de ser da aprendizagem. As narrativas do movimento Escola Sem Partido, por sua vez, quando recorrem à postura acrítica de neutralidade axiológica no ambiente escolar, agem sob o pressuposto de que os valores da família tradicional se encontram ameaçados pela ideologia de gênero. A censura à diversidade resulta no delineamento de uma única concepção política. Assim, as narrativas jurídicas e persecutórias do movimento Escola Sem Partido acabam produzindo um reforço da educação bancária. Não obstante, o bom ensino de filosofia requer a criação do saber em uma mediação cognitiva, aberta e dinâmica, entre sujeitos cognoscentes e fenômenos cognoscíveis. Na busca da dimensão ontológica do humano, à luz da pedagogia de Freire, encontramos no método dos círculos de cultura um desejo de democratização da palavra, constituindo como fonte de sentido o
compartilhamento do poder através da participação consciente.
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Atualizado em 15/07/2017