A PESQUISA-FORMAÇÃO COMO DISPOSITIVO ESCOLAR PARA PENSAR A SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES NA PANDEMIA

Resumo

Objetivou-se desenvolver uma formação em saúde mental numa escola pública para fomentar debates sobre temáticas que envolvessem condições de proteção e entendimento sobre risco à saúde. Além de investigar a dinâmica relacional dos encontros, que com a ocorrência da pandemia passaram a ser virtuais. O método se deu através da pesquisa-formação, um tipo de saber-fazer científico que assume como importante a subjetividade no intercurso da formação e que centra-se crítico-políticamente. O grupo foi composto pela comunidade escolar e acadêmica. Os encontros ocorreram de forma mensal ou bimensal por plataformas on-line, gerando diários de bordo, desenhos, fotografias, poesias, entre outros. Os resultados avaliados conduziram para pontos de debate nomeados como pandemia e sentimentos em comum, desafios e reflexões a partir da pandemia e compartilhamento de estratégias de cuidado. Os resultados apontaram novos modos de subjetivação em decorrência da pandemia no enfrentamento a realidade interposta, o agravamento da situação de saúde de quem já estava em adoecimento e a noção de que a proposição de um grupo que se reune para elaborar a experiência de forma compartilhada e cooperativa é uma estratégia possível de cuidado em saúde. Reafirma-se a importância da escola pública como uma instituição que possibilita por meio do debate a compreensão de contextos de risco e proteção a saúde para fins de uma formação não só técnica mas, socioemocional, ética, estética e política.