Revista Baiana de Educación Matemática: Nuevas esperanzas, nuevos sueños y un nuevo comienzo
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Resumen
Ano 2022, novas esperanças, novos sonhos e de certa maneira um novo recomeço. Jubilosos estamos com o terceiro volume da Revista Baiana de Educação Matemática. Depois de vivenciar mais um período marcado pela pandemia do novo coronavírus, a RBEM inicia mais um ano de sua existência como veículo importante na divulgação de resultados de pesquisas ligadas ao ensino e à aprendizagem da Matemática.
Apesar de ser uma revista jovem, a RBEM tem lutado pela qualidade da pesquisa na área, contando sempre com a parceria, colaboração e contribuição de pesquisadores e amigos, no que tange ao envio de textos para serem publicados, como no processo de avaliação deles. Os artigos publicados neste volume e compartilhado com seus leitores divulgam resultados advindos de investigações científicas de pesquisadores de diversas regiões do Brasil e de outros países, revelando uma pluralidade de grupos de pesquisa e instituições.
Ao longo deste ano publicamos um dossiê temático intitulado Educação Estatística brasileira na décima primeira edição da Conferência Internacional de Ensino de Estatística (11th ICOTS) que foi organizado pelo Prof. Dr. Paulo César Oliveira da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar/Sorocaba), Prof. Dr. Americo Junior Nunes da Silva da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e pelo Prof. Dr. Antonio Carlos de Souza da Universidade Estadual Paulista (UNESP/Guaratinguetá).
Segundo os professores a iniciativa de se organizar tal dossiê surgiu da “expressiva participação de brasileiros com apresentação de trabalhos, na forma de artigos e pôsteres” (OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 2022, p. 01) durante à décima primeira edição da Conferência Internacional de Ensino de Estatística (11th ICOTS), em Rosário, na Argentina, no período de 11 a 16 de setembro de 2022 com a temática Preenchendo a lacuna: capacitando e educando os alunos de hoje em estatística.
Oliveira; Silva e Souza (2022, p. 01) destacam na apresentação que “foram aceitos, para compor essa edição temática, 18 artigos e 02 relatos de experiências, na forma de textos expandidos originados da apresentação na 11th ICOTS. O revisitar aos trabalhos apresentados no evento, para a ampliação das discussões, garantiu uma nova versão, com discussões mais aprofundadas”.
No que tange ao fluxo contínuo da revista, publicamos oito (08) Artigos e um (01) Relato de Experiência. O primeiro texto intitulado A Matemática Financeira no Ensino Médio brasileiro: perspectivas para formação de indivíduos críticos, de autoria de Adriano Alves de Rezende, Ángela Silva-Salse e Eduardo Carrasco, se propõe a compreender como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) definida pelo Governo Federal, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) interagem para promover o desenvolvimento destes cidadãos mais críticos e participativos na sociedade. Os autores destacam que as pesquisas que subsidiaram as conclusões demonstram que o uso de exemplos reais, práticos e aplicáveis a realidade rotineira dos alunos tem grande efeito para desenvolver o pensamento crítico na Matemática Financeira. Identificou-se também que uma exigência básica aos profissionais deste século é o desenvolvimento de sua criticidade em qualquer área do conhecimento, mas principalmente nas relacionadas e negócios e investimentos financeiros.
Nelson Machado Barbosa e Isabela Estephaneli Corty Ribeiro objetivaram no texto intitulado Experimentação didática para o desenvolvimento da Aprendizagem Significativa visando a compreensão dos racionais: um estudo baseado em uma pesquisa docente, desenvolver uma forma atrativa e dinâmica de aprendizagem dos racionais para facilitar a compreensão e assimilação desse conteúdo para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental. Os autores relatam que os resultados foram analisados à luz da teoria de David Ausubel e mostraram que a experimentação proposta contribuiu significativamente para a ampla compreensão dos racionais, promovendo a autonomia, senso crítico e capacidade argumentativa dos estudantes.
Materiais didáticos manipuláveis para o ensino de Geometria: uma perspectiva para o sexto ano do Ensino Fundamental, terceiro artigo deste volume e de autoria de Mirian Ferreira de Brito e Vinicius Christian Pinho Correia, é um recorte do projeto que foi desenvolvido pelo segundo autor sob a orientação da primeira autora, durante o Programa de Iniciação Científica (IC) 2019-2020, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB no Campus Senhor do Bonfim. Neste artigo os autores objetivam catalogar materiais didáticos manipuláveis que podem auxiliar o professor de matemática que leciona geometria para o sexto ano do Ensino Fundamental. Como resultados foram catalogados 92 materiais didáticos manipuláveis que podem ajudar no ensino de conteúdos geométricos para os anos finais do Ensino Fundamental e, destes, 30 podem ser propostos para o sexto ano.
O quarto texto Argumentação em aulas de Probabilidade no Ensino Fundamental: uma proposta utilizando o Peer Instruction (Instrução por Pares), de autoria de Ewellyn Amâncio Araújo Barbosa, Claudia de Oliveira Lozada e Jaciara de Abreu Santos, analisa como a proposta do Peer Instruction (Instrução por Pares) pode contribuir para desenvolver a argumentação em aulas de Probabilidade do 5º ano do Ensino Fundamental. As autoras apontam ainda que os testes realizados com a proposta demonstraram que os jogos são potencialmente significativos e podem trazer uma nova abordagem da metodologia ativa instrução por pares e favorecer a argumentação na medida que sua interface possibilita a elaboração de conjecturas e justificativas acerca dos conceitos de probabilidade, além de tornar o processo ensino-aprendizagem mais dinâmico.
Daniel Fernandes da Silva intenciona no texto O que pensam os professores de Matemática sobre o livro didático: do processo de escolha à utilização como recurso didático, analisar as percepções dos professores de Matemática sobre o processo de escolha do livro didático e a sua utilização em sala de aula, inclusive durante o ensino remoto, modalidade motivada e condicionada no país por causa da crise pandêmica. Assim, o autor parte da concepção de que o livro didático é um dos recursos pedagógicos mais utilizados no processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar brasileiro, inclusive tendo um programa específico instituído por meio de política pública há mais de vinte anos: o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). E por fim, deixa claro que os professores se reconhecem como agentes essenciais no processo de escolha do material didático, assumindo essa responsabilidade e requerendo maior espaço e liberdade nessa seleção, pois o livro didático ainda é um recurso muito utilizado pelos docentes.
Grupos de pesquisa da área de matemática que estudam sobre as tecnologias digitais, sexto artigo desse volume e de autoria de Taiane de Oliveira Rocha Araújo, Maria Deusa Ferreira da Silva e Mateus Souza de Oliveira, objetiva identificar os grupos de pesquisa do CNPq que abordam o uso de tecnologias digitais e seu uso pelos grupos de pesquisa selecionados. Ao término da análise, os autores afirmam que 17 grupos foram identificados e a tecnologia mais utilizada foi o software GeoGebra.
Por meio da observação e análise de situações de ensino e aprendizagem de matemática em uma turma de Educação de Jovens e Adultos, as autoras Maria Emília de Castro Urpia e Érica Valeria Alves, no texto A insubordinação criativa como possibilidade para a Educação Matemática de jovens e adultos, tecem reflexões sobre as consequências das escolhas de uma docente na compreensão e aprendizagem de matemática pelos estudantes. Apontam ainda considerações acerca do papel que a Educação Matemática pode exercer na formação crítica dos estudantes da EJA e da insubordinação crítica como meio para tal. Como resultado, é enfatizado o papel da Insubordinação Criativa na formação crítica do sujeito da Educação de Jovens e Adultos e, para que isso ocorra, as autoras ressaltam a necessidade da ressignificação da formação do próprio educador.
O oitavo texto intitulado As funções das ferramentas de trabalho de um pedreiro: uma análise prática e matemática na perspectiva do Enfoque Ontossemiótico, de autoria de Felippe Allan Osires Santos Lopes, Tânia Cristina Rocha da Silva Gusmão e Vicenç Font teve por objetivo analisar os conhecimentos matemáticos manifestados por um operário da construção civil no labor de suas funções e no conhecimento das funções de suas ferramentas de trabalho. Os autores destacam que o entrevistado reconhece as funções de suas ferramentas de trabalho de acordo o uso que faz delas, revelando em alguns momentos a matemática incorporada a esse uso e as ferramentas. Por fim, reconhecem a importância dos conhecimentos matemáticos de operários da construção no desenvolvimento da sociedade e corrobora estudos que apontam a necessidade de trabalhar e utilizar tais conhecimentos nas escolas como forma de enriquecer os estudos da matemática e mostrar a sua aplicabilidade.
Raylson dos Santos Carneiro, Rogerio dos Santos Carneiro e Kattia Ferreira da Silva objetivaram no texto intitulado Integrando a Universidade na Escola através da Matemática Básica: uma experiência no ensino à distância, discorrer sobre as atividades de um curso de extensão sobre os tópicos da Matemática básica, tendo, como público-alvo, alunos concluintes do Ensino Médio, que pretendem fazer cursos na área de ciências exatas, e os discentes do primeiro período da Universidade Federal do Tocantins de diversos cursos, tais como: engenharia florestal, agronomia, biotecnologia, química ambiental, dentre outros. Os autores destacam que a maioria dos alunos apresentam dificuldades em resolver situações problemas contextualizadas que envolvem regras e manipulações algébricas, ou seja, têm dificuldades em realizar a interpretação dos dados que, nesse tipo de questão, não se apresentam de forma clara, sendo necessária a conciliação de uma leitura detalhada com os conceitos matemáticos. Destarte, afirmam o curso proporcionou aos participantes uma revisão dos conceitos básicos da Matemática, com enfoque em problemas contextualizados.
Esperamos com mais este número poder contribuir com o fomento das pesquisas no campo da Educação Matemática ampliando o diálogo entre os professores e pesquisadores. Assim, diante de toda essa apresentação, convidamos a você querido leitor a mergulhar conosco nas teias reflexivas desses escritos a fim de poder contribuir com novas pesquisas e desta forma amplificar os estudos e consequentemente o conhecimento na área da Educação Matemática.
Boa leitura!
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Citas
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