Potencialidades do ensino de Estatística como mobilizador de empoderamento e engajamento social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47207/rbem.v3i01.15726

Palavras-chave:

Educação Estatística. Educação Básica Brasileira. BNCC. Letramento estatístico.

Resumo

As mudanças no currículo do Ensino Médio brasileiro desafiam professores a abordarem temas contemporâneos a partir de ações interdisciplinares e transversais. O ensino de Estatística pode ser um eixo integrador e promotor do letramento estatístico, mobilizando empoderamento e engajamento social. Este artigo objetiva refletir sobre os desafios de ensinar Estatística na Educação Básica brasileira, para além da coleta de dados, cálculos, construção de tabelas e gráficos. As reflexões baseiam-se numa revisão da literatura após a publicação da Base Nacional Comum Curricular em 2018. A diversidade de temáticas identificadas na produção científica sugerem um potencial para orientar a implementação das mudanças curriculares vinculadas a Educação Estatística no Ensino Médio. Entretanto, um desafio é a sua transposição para a formação de professores.

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Biografia do Autor

Irene Mauricio Cazorla , Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Universidade Estadual de Santa Cruz. Doutora em Educação.

Carlos Eduardo Ferreira Monteiro, Universidade Federal de Pernambuco

Pós-Doutorado na Vrije Universiteit Brussel - VUB, Bélgica (2019-2020) e no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa - Portugal (2014-2015) com bolsa Capes; PhD in Education pela University of Warwick - Inglaterra (2005) e Mestre em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1998) com bolsa CNPq; Graduado em Psicologia pela UFPE (1990). Pesquisador visitante na Free University of Brussels - Bélgica (2012) e na University of Leicester - Inglaterra (2007). Professor Titular do Departamento de Psicologia, Inclusão e Educação (Dpsie) do Centro de Educação (CE) da UFPE, leciona em Cursos de Licenciaturas no nível da Graduação, é docente permanente e orientador nos Cursos de Mestrado e Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica - Edumatec - UFPE. Coordenador do Grupo de Trabalho 12 (GT12) em Educação Estatística da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (Sbem). Tem experiência na Área de Psicologia na Educação, sobretudo nas interfaces com a formação de professores e os processos de ensino e aprendizagem. Atualmente é líder do GPEMCE - Grupo de Pesquisa em Educação Matemática nos Contextos de Educação do Campo e do GPEME - Grupo de Pesquisa em Educação Matemática e Estatística. As principais temáticas de pesquisas e orientação vinculam-se principalmente aos seguintes tópicos: Ensino e Aprendizagem de Matemática; Educação Matemática nos contextos de Educação do Campo; Fatores socioculturais relacionados ao desenvolvimento e uso de conhecimentos matemáticos; Ensino e Aprendizagem de Estatística; Letramento Estatístico; Aspectos do ensino e aprendizagem de Matemática e Estatística na Educação de Jovens e Adultos.

Liliane Carvalho, Universidade Federal de Pernambuco

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (2008); estudos em Psicologia da Educação Matemática pela Oxford Brookes University, Inglaterra (2003-2007); Mestrado em Psicologia Cognitiva pela UFPE (1998); Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1983). Atualmente é Professor Associado III do Departamento de Políticas e Gestão da Educação do Centro de Educação da UFPE, atuando como docente nos Cursos de Licenciaturas e como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica, EDUMATEC. Já atuou como Coordenadora das Licenciaturas Diversas do Centro de Educação e do Pibid UFPE 2018 e 2020. É líder do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática e Estatística, GPEME, e desenvolve e orienta estudos que abordam temas relacionados com o ensino e a aprendizagem de conhecimentos de Matemática e Estatística para estudantes videntes e cegos e suas interfaces com a formação de Professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio e Educação de Jovens e Adultos em contextos escolares urbano, do campo, indígena e quilombola. Seus estudos abordam ainda aspectos da Gestão escolar e planejamento do ensino da Matemática e Gestão dos usos das tecnologias nos espaços das escolas públicas, analisando suas implicações para a formação de professores.

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Publicado

21-12-2022

Como Citar

Cazorla , I. M., Monteiro, C. E. F., & Carvalho, L. (2022). Potencialidades do ensino de Estatística como mobilizador de empoderamento e engajamento social . Revista Baiana De Educação Matemática, 3(01), e202220. https://doi.org/10.47207/rbem.v3i01.15726

Edição

Seção

Dossiê Temático - Educação Estatística brasileira na 11th ICOTS