Tornar-se outro de si mesmo em narrativas (auto) biográficas de pessoas com Esclerose Múltipla
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p698-718Parole chiave:
Narrativas. (Auto)biografias. subjetividades. Esclerose MúltiplaAbstract
Este artigo é parte de uma pesquisa de pós-doutoramento intitulada “(Auto)biografias e subjetividades: o outro de si mesmo na Esclerose Múltipla”, que buscou analisar os processos de subjetivação nas histórias de vidas de pessoas acometidas pela Esclerose Múltipla, organizadas em acervos em rede de Histórias de Vida do Museu da Pessoa, SP. Neste artigo busco entender, a partir de uma narrativa (auto)biográfica e da mobilização do conceito de tempo, como o sujeito se reconstrói após os sintomas e o diagnóstico da doença. A partir de Koselleck (2014), destaco os fatores sincrônicos e diacrônicos do condicionamento da consciência e percebo como as narrativas apresentam as mudanças do sujeito tornando-se outro de si mesmo. Quanto aos fatores sincrônicos, as narrativas dão conta do momento dos sintomas e diagnóstico até uma digressão para a acomodação da doença na vida. Quanto aos fatores diacrônicos, as eclusas da memória são alargadas, considerando também a narrativa anterior à doença, as identificações, os valores, a religião, o gênero, as escolhas preferenciais. Entendo que os fatores que formam a consciência, e que se mostram na narrativa, apresentam extratos múltiplos do tempo anterior à experiência com a doença, mas também dos efeitos desta, que continuam a transformar as subjetividades.
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