Amparo e sentidos de vida nas narrativas sobre mortos por COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2021.v6.n17.p235-250Palavras-chave:
narrativas, memória comunicativa, memória cultural, mídia, COVID-19Resumo
Este artigo é parte da pesquisa em andamento intitulada “Biografias das vítimas do COVID-19” e se propõe comunicar as primeiras análises desenvolvidas. Trata-se de uma pesquisa interdisciplinar e seu objetivo é analisar os sentidos de vida das narrativas biográficas das vítimas do novo COVID-19 no Brasil, apresentadas no programa Fantástico, da rede Globo de televisão, a partir do portal Memorial Inumeráveis. Para dar conta deste recorte inicial, em diálogo com o campo da Psicanálise e do Patrimônio Cultural, desenvolve-se a noção de memória cultural em Eleida Assmann (2011) e Jan Assmann (2016) para pensar a função do Memorial Inumeráveis ao acolher os sentidos de vida comunicados nas narrativas dos entes queridos das vítimas e, posteriormente, disseminados na revista semanal. Esse acolhimento funciona como um amparo, na perspectiva freudiana, quando conecta sentidos de humanidade. Esses sentidos de vida foram capturados a partir da análise de conteúdo das narrativas e são reveladores de memórias comunicativas sobre aspectos banais da vida ordinária que ganham estafe de notícia diante do trauma humano de desamparo que a pandemia instala.
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