Narrativas: ferramentas do campo patrimonial e potências de vidas
DOI :
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p648-666Mots-clés :
Patrimônio, Narrativas de vida, História oral de vida, Ciberespaço, Esclerose múltiplaRésumé
O uso das narrativas como ferramentas que funcionam como justificativas técnicas para os registros e/ou tombamentos de bens culturais é evidente nos processos e nos discursos do campo do patrimônio. Este artigo apresenta duas narrativas de vida que circulam fora do campo, mas destacam como no cotidiano da vida elas têm se mostrado potências nas situações de reconfiguração identitária e de força em situações de vulnerabilidade. Essas narrativas foram selecionadas por meio de duas histórias de vida coletadas em pesquisa, por meio da metodologia história oral de vida. Trata-se de dois jovens que vivem suas vidas em condição crônica de doença desde que foram diagnosticados com esclerose múltipla e escolheram sistematizar essas experiências em narrativas e socializá-las em blogs. Essas narrativas não só os uniram como criaram uma comunidade capaz de capilarizar um movimento ativista em rede. Ressaltam, portanto, um valor incontestável para pô-las no centro da discussão sobre as funções sociais dos patrimônios pensados pelas, com e para as pessoas. O artigo é uma defesa de patrimônios pensados levando em conta as riquezas humanas vivas, capazes de produzir identidades e experiências existenciais de escuta e alteridade, além de posicionar-se, elas mesmas, como patrimônios da humanidade.
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