Memórias, escritas e diários em pesquisaformação
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1109Palavras-chave:
Diário; Pesquisa-formação; Narrativas; abordagem (Auto)BiográficaResumo
No texto compartilhamos memórias e escritas em diários, a partir de contextos e processos de vida, pesquisa e formação, em diálogo com autores/as que nos acompanharam nesse percurso e trabalharam com escritas de diários, em variadas composições e áreas do conhecimento. Destacamos o estudo de René Lourau, com o diário de pesquisa, fundamentado na análise institucional francesa, e de René Barbier com o diário da itinerância, proposto pela pesquisa-ação existencial. Tendo, como perspectiva, a corrente das histórias de vida em formação e os estudos nos/dos/com os cotidianos escolares, nos aventuramos pensar e problematizar o trabalho com diários, como movimentos de pesquisaformação narrativa (auto)biográfica, a partir de fragmentos das memórias das três autoras, com intuito de compor sentidos, até então adormecidos pelo passar dos anos, em diferentes espaços do vivernarraspesquisarformar. Com esses diálogos e rememorações, procuramos traçar caminhos possíveis para pensar os diários, sem fronteiras demarcadas, abertos às finalidades propostas pelo/a/s diarista/s, situado em um dado contexto. Assim como os memoriais, os diários são, também, práticas de pesquisaformação, de pesquisa com os cotidianos, arriscamos dizer que é um território de escrita aberta para a criação e a invenção de si e do outro.
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