Entre Consciência Histórica e Narrativa Mestra: a identidade na narrativa de jovens graduandos em História da cidade de Ponta Grossa, Paraná

Resumo

Neste artigo, parte de um projeto de
pesquisa de âmbito nacional chamado “o
país e o mundo em poucas palavras:
narrativas de jovens sobre seus
pertencimentos – implicações para o
ensino de Ciências Humanas”,
analisamos como um grupo de
estudantes graduandos em história da
cidade de Ponta Grossa, Paraná, narram
a história do Brasil e da democracia;
comparamos suas narrativas com as
coletadas de outros estudantes de idade
entre 12-24 anos. Para isso, foram
aplicados questionários qualitativos
contendo duas consignas “Por favor,
conte a história do seu país”, e “Por favor,
escreva o que você sabe sobre o
desenvolvimento da democracia em seu
país”. Foram coletadas 277 respostas de
diversos jovens inseridos em diferentes
etapas de escolarização formal em três
instituições de ensino da cidade. Os
dados foram organizados a partir de dois
softwares de uso livre, o OpenRefine e o
Gephi. Ao final, foram elaborados cinco
grafos que serviram como fontes de nossa
análise. Dois grupos foram organizados,
um dos graduandos em história, e outro
com as respostas de jovens do ensino
fundamental, médio e cursantes de outras graduações e pós-graduações.
Observando as imagens de maneira
comparativa, procuramos pensar seus
elementos a partir dos conceitos de
consciência histórica (RÜSEN, 2007) e
narrativa mestra (CARRETERO; VAN
ALPHEN, 2014). Como resultados,
delineamos os contornos dos elementos
evocados pelos futuros historiadores,
enxergando, no bojo de uma narrativa
que se organiza a partir da seleção de
agentes que integram a história da nação
e de temas que conduzem essa história,
uma naturalização da nação e da
nacionalidade, assim como o
estabelecimento de uma identidade
deslocada e anacrônica. O conceito de
narrativa mestra, porém, mostra-se
dúbio, na medida que a consciência
histórica parece se revelar insuficiente na
falta de perspectiva de futuro.