Desafiando normas: as representações dionisíacas e as assimetrias de gênero na Grécia do século V e IV AEC
Palavras-chave:
“ato performático”, gêneros discursivos multimodais, Dioniso, sátiros, mênadesResumo
Este artigo busca explorar as representações dionisíacas nas iconografias gregas, sobretudo atenienses, dos séculos V e IV AEC. O objetivo é destacar, dentro de um corpus imagético, as assimetrias de gênero a partir da teoria de “atos performativos” da filósofa norte-americana Judith Butler, que postula que o gênero é uma construção social continuamente produzida e reproduzida através de performances. Na análise iconográfica, é possível observar algumas nuances de gênero, como a masculinidade feminina, o travestimento de alguns personagens e a exacerbação da masculinidade. A partir da análise das fontes, percebe-se uma subversão das normas de gênero, sugerindo que a identidade de gênero não é uma essência inata, mas um resultado das normas e discursos culturais constantemente reiterados pelos “atos performativos”. Em conclusão, ao integrar artefatos arqueológicos na narrativa histórica, enriquecemos nossa compreensão do passado e democratizamos a história, dando voz aos que não foram registrados nas fontes escritas. As representações de mênades e sátiros, quando analisadas através da lente da performatividade de gênero de Butler, oferecem uma perspectiva crítica das normas de gênero e das tensões sociais na Grécia Antiga.
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