A variação do modo subjuntivo em orações independentes introduzidas pelo item talvez e em orações intercaladas

Resumo

Neste trabalho, investigamos a variação do subjuntivo em orações independentes introduzidas pelo item talvez e em orações intercaladas introduzidas pelo que. A pesquisa é fundamentada na Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU) que defende, como princípio basilar, que os usos linguísticos modelam a estrutura da língua e conferem a ela processos de variância. Sendo assim, resgatamos alguns pressupostos dessa abordagem teórica como os processos cognitivos de domínio geral; o princípio da expressividade maximizada, Goldberg (1995) e as frequências token e type relacionadas ao contexto linguístico para explicarmos o processo de variação do modo subjuntivo. Em relação à metodologia, orientamo-nos por meio do método misto que conjuga as metodologias qualitativa e quantitativa (CUNHA LACERDA, 2016). A amostra analisada é constituida por 48 (quarenta e oito) gravações do Português Culto de Vitória da Conquista-BA (Corpus PCVC) e do Português Popular da cidade de Vitória da Conquista-BA (Corpus PPVC). Concernente à análise dos dados, a variação do subjuntivo pode ser explicada por fatores associados às habilidades cognitivas de domínio geral, como analogia, memória rica e categorização; pelo princípio da expressividade maximizada; pelas frequências token e type e pela proposição hierárquica e esquemática na perspectiva de Traugott e Trousdale (2013). Ainda refletimos a respeito de como o conteúdo gramatical do modo verbal subjuntivo, com o aparato teórico da LFCU, pode contribuir para um ensino eficaz e mais contextualizado de gramática, tomando como ponto de partida a língua em uso e a realidade linguística dos educandos.