Maria Felipa de Oliveira, mulher negra na memória nacional: entrou sem permissão e existe sem autorização

Autores

Palavras-chave:

Maria Felipa de Oliveira, Memória, Independência da Bahia

Resumo

Resumo

Este artigo analisa as memórias e as representações sobre Maria Felipa de Oliveira, que circulam em sociedade, nele problematizamos o silêncio dos arquivos no que se refere às narrativas sobre a participação das mulheres negras na história.  Para isso, elegemos como fonte as memórias de moradores da ilha de Itaparica reunidas pela pesquisadora Eny Kleyde Farias (2010) e publicadas na obra, Maria Felipa de Oliveira: Heroína da independência da Bahia.  Além das memórias, recorremos à revisão historiográfica e análises das ações dos movimentos sociais pelo reconhecimento de Maria Felipa, que enfrentam a invisibilização da heroína. Deste modo, em oposição à invisibilidade histórica e silenciamento sobre o protagonismo e reconhecimento de trajetórias femininas negras marcadas por hierarquizações de raça e gênero, apresentamos saberes que revelam resistência, luta e expressão da mulher negra na história.

Palavras-chave: Maria Felipa de Oliveira; Memória; Independência da Bahia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Maia da Silva, Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Bahia - Brasil

Professora da rede pública de ensino, Mestra em Ensino de História pelo programa de Mestrado Profissional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Psicopedagoga pela Universidade Castelo Branco( 2201) e Licenciada em História pela Universidade Estadual da Bahia em 2004.

Contribuição de autoria:autora

Claudia Pons Cardoso, Universidade do Estado da Bahia, Bahia - Brasil

Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia (2012). Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia.

Contribuição de autoria: coautora.

Referências

ALBUQUERQUE, Wlamyra Ribeiro de. O Civismo Festivo na Bahia: Comemorações Públicas do Dois de Julho (1889-1923). (Dissertação de Mestrado - História), Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 1997.

AMARAL, Braz do. História da Independência na Bahia. Salvador: Progresso, 1957.

FARIAS, Eny Kleyde Vasconcelos. Maria Felipa de Oliveira: heroína da Independência da Bahia. Salvador: Quarteto, 2010.

GONZALEZ, Lélia. A mulher Negra. In: RIOS; Flávia e LIMA, Márcia (org). Por um feminismo Latino Americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro; Zahar, 2020, p. 94-111.

GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, v. 31, nº 1, jan/abr, 2016.

GUERRA FILHO, Sérgio A. D. O Povo e a Guerra: Participação das Camadas Populares nas Lutas pela Independência do Brasil na Bahia. (Dissertação de Mestrado) Salvador: UFBa, 2004. Disponível em:

Acesso Abril de 2020.

GRAHAM, Sandra L. Uma certa liberdade. In: XAVIER, G.; FARIAS, J. B.; GOMES,

F. Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação. São Paulo: Selo Negro, 2012.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. 7° edição. São Paulo: Centauro, 2003.

HALL, Stuart. Cultura e respresentação. Trad. Daniel Miranda e William Oliveira. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuro, 2016.

KRAAK, Hendrik. Entrevista. Revista Eletrônica da Biblioteca Virtual Consuelo Pondé – N.1 Jul De 2015. Disponível em:

<http://bahiacomhistoria.ba.gov.br/?entrevista=entrevista-hendrik-kraay > Acesso em agosto de 2021.

KRAAK, Hendrik. Entre o Brasil e a Bahia: as comemorações do dois de julho em salvador, século

XIX. Afro-Ásia. Salvador, n. 23, 1999.

LEDEZMA, Gerson Galo. Religiosidade Cívica na Bahia: Comemorando o Primeiro Centenário da Independência 2 de Julho de 1923. Entre a Memória Nacional e a Memória Regional. Revista Esboço. Florianópolis. 2009; v.16, n.21, p.66-87.

LOPES, Gabriella, A. d. S.S; SILVA, d. O. S. “Heroínas bahianas”: personagens femininas nas comemorações do centenário da independência da Bahia. Encontro Anpuh.

<http://www.encontro.ms.anpuh.org/resources/anais/38/1412131987> Acesso em janeiro de 2021.

MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de História: entre história e memória. Revista do Núcleo de Estudos de Currículo do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ, 2012, p. 01-26.

NORA, Pierre. Entre memórias e História. Projeto História. São Paulo. Dezembro, 1993. Disponível em:

<https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/12101/87 63> Acesso em novembro de 2020.

OLIVEIRA, Josivaldo Pires de. Populações Negras na Bahia – Ensaios de História Social. Curitiba: Editora Appris, 2012.

PACHECO, Clarissa. Quase um Século Depois, Moradores Incluem Nome de Maria Felipe Entre os Heróis. Correio 24h, Salvador, 02.07.2017. Bahia. Disponível em: < https://www.correio24horas.com.br/bahia/quase-um-seculo-depois-moradores-incluem- nome-de-maria-felipa-entre-os-herois-0717> Acesso em janeiro de 2021.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. In: Revista Estudos Históricos. Rio de Janeiro: FGV, v.2, nº 3, 1989.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. In: Revista Estudos Históricos. Rio de Janeiro: FGV, v.5, nº 10, 1992, p.200-2012.

RICOUER, Paul. A memória, a história, o esquecimento. 2003. Disponível em:<https://www.uc.pt/fluc/uidief/textos_ricoeur/memoria_historia> Acesso em Janeiro de 2021.

SOARES, Cecília Moreira. As ganhadeiras: mulher e resistência negra em Salvador no século XIX. Afro-Ásia, n. 17, 1996.

Downloads

Publicado

2023-12-31

Como Citar

SILVA, M. M. da; CARDOSO, C. P. Maria Felipa de Oliveira, mulher negra na memória nacional: entrou sem permissão e existe sem autorização. Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, Caetité, v. 6, n. 12, p. 46–65, 2023. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/nhipe/article/view/19130. Acesso em: 21 dez. 2024.