História dos cristianismos nos livros didáticos: considerações sobre a narrativa histórica escolar
Resumo
Na Antiguidade Tardia, as literaturas grega e romana sinalizam a disputa de diferentes grupos político-religiosos acerca da história de Jesus e de seus atributos divinos. Nos séculos IV e V da E. C, o nestorianismo, os arianos, os nicenos, os monofisistas, entre outros, reivindicavam possuir a verdade sobre Jesus e sobre as Escrituras. Tais embates teológicos resultaram em interpretações singulares que cada comunidade cristã tinha a respeito da literatura canônica sobre Jesus, construída por seus discípulos. Atentando para esta heterogeneidade, o presente trabalho objetiva questionar a narrativa escolar sobre a história do cristianismo, tendo em vista os debates historiográficos propostos por Chevitarese (2006, 2016), Simões (2009), Faria (2016), Reis (2017), Nascimento (2018), Farias Junior (2020), entre outros. Para isto, utilizaremos dois livros didáticos, a saber: Contato História(2016), de Marco César Pellegrini, Adriana Machado Dias e Keila Grinberg e História Global(2016), de Gilberto Cotrim, no interior dos quais perscrutamos a abordagem adotada por tais autores, que, a nosso ver, aproxima-se mais de um discurso teológico do que de uma reflexão histórica, voltada à compreensão das circunstâncias históricas e condições político-culturais de produção dos discursos cristãos e suas recepções ao longo da Antiguidade, o que sinalizaria o caráter multifacetado dos movimentos cristãos. Sendo assim, nosso trabalho se justifica pela necessidade de indagar, no campo do ensino de História, uma escrita da história do cristianismo, distante dos debates historiográficos e dos métodos de análise documental.
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