De movimentos nascem flores: análise ergológica de um processo de compostagem

Autores/as

  • Hugo Gama Peres Santos Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
  • Samara Nascimento Leal Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
  • Talita Almeida de Campos Nascimento Thompson Coelho Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca http://orcid.org/0000-0003-3382-0534
  • Simone Santos Silva Oliveira Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.

Palabras clave:

Atividade, Encontros sobre o Trabalho, Ergologia, Ergonomia, Trabalho

Resumen

Este artigo buscou analisar a relação trabalho, saúde e subjetividade no processo de compostagem de uma instituição pública no Rio de Janeiro, a partir da perspectiva ergológica. Para isso, a observação prévia dos trabalhadores em situação de trabalho foi seguida por entrevistas. Os resultados dessa incursão foram devolvidos aos trabalhadores através de Encontros sobre o Trabalho (EST), que contemplaram o debate sobre as normas antecedentes do trabalho e as renormatizações. Os trabalhadores participaram dos EST trazendo mais exemplos das microgestões e decisões cotidianas, das dificuldades para enfrentamento do trabalho real, manifestando uma verdadeira dinâmica mobilizadora do coletivo. Foi identificada uma gestão caracterizada pelo baixo controle sobre a produção que permite o exercício da autonomia desses trabalhadores, não só em relação à gestão das pausas e horários de descanso, mas também em relação à decisão pelo modo de realização das tarefas, possibilitando o desenvolvimento de diferentes modos operatórios, através do uso da comunicação e cooperação. Foi possível identificar também que as trocas linguageiras no e sobre o trabalho fortalecem a produção do coletivo ampliando suas possibilidades de ação.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Hugo Gama Peres Santos, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Mestrando em Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ

Samara Nascimento Leal, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Mestranda em Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ

Talita Almeida de Campos Nascimento Thompson Coelho, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Doutoranda em Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ

Analista de Gestão no Serviço de Gestão do Trabalho/ENSP

Mestre em Administração - UFF

Simone Santos Silva Oliveira, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.

Pós-doutorado em Psicologia do Trabalho pela Faculdade de Psicologia e das Ciências da Educação da Universidade do Porto - Portugal (2012); Doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2007); Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (1995) e graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1985). Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ). Coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Pública da ENSP/FIOCRUZ. Líder do Grupo de Pesquisa e Intervenção em Atividade de Trabalho, Saúde e Relações de Gênero (PISTAS) / CNPq; Membro do Grupo de Trabalho "Modos de vida e Trabalho" da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP); Membro do GT Saúde do Trabalhador da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO). Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da ENSP/FIOCRUZ. Membro do Conselho Curador do Ibase. Atua na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Saúde, Trabalho e Ambiente, focando principalmente os seguintes temas: trabalho, saúde e produção de subjetividade; formação e metodologias participativas; desastres, processos de vulnerabilização e saúde.

Citas

ALVAREZ, D.; TELLES, A. L. Interfaces ergonomia-ergologia: uma discussão sobre trabalho prescrito e normas antecedentes. In: FIGUEIREDO et al. (Orgs.) Labirintos do trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p. 63-90.

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mundo do Trabalho. 7 ed. São Paulo: Editora Cortez, 2009.

AZEREDO SILVA, J. T.; MUNIZ, H. P. Atividade de trabalho humana: características e desafios para sua compreensão. MNEMOSINE (RIO DE JANEIRO) v. 13, p. 40-58, 2017.

BONFATTI, R. J.; MAFRA, J. R.; VIDAL, M. C. EAMETA: um método para análise ergonômica. Rio de Janeiro, 2011. 16p. Apostila do Curso de Especialização Superior em Ergonomia – COPPE/UFRJ.

BRITO, Jussara. Saúde – uma relação com o meio e os modos de vida. Laboreal, v.13, n.1, p. 100-103, 2017.

CANGUILHEM, Georges. O Normal e o Patológico. 6a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

CAPONI, Sandra. Georges Canguilhem y el estatuto epistemológico del concepto de salud. História, Ciências, Saúde, v. IV, n. 2, p.287-307, 1997.

COGIC/FIOCRUZ. Coordenação Geral de Infraestrutura do Campus da Fundação Oswaldo Cruz. Os benefícios da compostagem. Rio de Janeiro. 27/09/2017. Disponível em <http://www.cogic.fiocruz.br/2017/09/os-beneficios-da-compostagem> Acesso em 10/07/2019.

_______________. Coordenação Geral de Infraestrutura do Campus da Fundação Oswaldo Cruz. Missão, Visão e Valores. Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.cogic.fiocruz.br/pagina-exemplo/missao-visao-e-valores> Acesso em 10/07/2019.

DEJOURS, C. Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 14, n. 54, p. 7-11, abr./jun. 1986.

DURRIVE, Louis. A atividade humana, simultaneamente intelectual e vital: esclarecimentos complementares de Pierre Pastré e Yves Schwartz. Trab. educ. saúde (Online), Rio de Janeiro,v. 9, supl. 1, p. 47-67, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1981-77462011000400003. Acesso em: 02 set. 2019.

FERREIRA, Mário César. Atividade, categoria central na conceituação de trabalho em ergonomia. Alethéia, v. 1, n. 11, p. 71-82, 2000.

NOUROUDINE, A. A linguagem: dispositivo revelador da complexidade do trabalho. In: SOUZA-E-SILVA, M. C.; FAÏTA, D. (Org.). Linguagem e trabalho: construção de objetos de análise no Brasil e na França. Tradução Ines Polegatto e Décio Rocha. São Paulo: Cortez, 2002.

OSORIO DA SILVA, C; RAMMINGER, T. O trabalho como operador de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 19(12), 4751-4758, 2014.

RIFKIN, J. O fim dos empregos. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1995.

ROCHA, D.; DEUSDARÁ, B. Argumentos para uma abordagem discursiva das práticas de linguagem no trabalho. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 49, n. 3, p. 297-305, jul.-set. 2014.

SCHWARTZ, Y. Qual sujeito para qual experiência? Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva - O Trabalho em Saúde, Brasília, v. 5, n. 1, p. 55-67, 2011. Disponível em: <http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/916/927>. Acesso em: 12 de julho de 2019.

SCHWARTZ, Y. & DURRIVE, L. (Orgs). Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. 2ª edição, Niterói: EdUFF, 2010. 318p.

Publicado

2020-06-16

Cómo citar

SANTOS, H. G. P.; LEAL, S. N.; COELHO, T. A. de C. N. T.; OLIVEIRA, S. S. S. De movimentos nascem flores: análise ergológica de um processo de compostagem. Revista Encantar, [S. l.], v. 1, n. 3, p. 211–227, 2020. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/view/8529. Acesso em: 30 jun. 2024.

Número

Sección

I Simpósio Latino-Americano de Ergologia