Ressignificação da Matemática por estudantes de Pedagogia: jogar e reaprender para ensinar
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Esta investigação buscou respostas aos questionamentos: que sentidos subjetivos na aprendizagem matemática são produzidos na formação de estudantes de pedagogia em contextos de jogos matemáticos? Os jogos matemáticos podem contribuir para reconhecer o ser matemático e assim favorecer a formação matemática do estudante de pedagogia? Portanto, analisamos o jogar como uma das possibilidades de ressignificação da matemática na formação inicial do pedagogo. Para tal, nos apoiamos em Muniz (2010, 2016) para compreender o que vem a ser o jogo e suas implicações na produção de significados, esquemas e teoremas em ação. Discutimos o jogar como um meio de aprender e ensinar matemática através do diálogo e da constituição e reconhecimento do Ser Educador Matemático. Investigamos jogos matemáticos e produção de sentidos subjetivos na aprendizagem matemática na formação de estudantes de universidade pública do DF. O lúdico foi configurado como objeto de estudo em curso de Pedagogia. A pesquisa participante, numa abordagem da epistemologia qualitativa, implicou a realização de trabalho de campo no qual verificamos quais significados da matemática tinham 32 estudantes de Pedagogia. Desenvolvemos jogos matemáticos para identificar as mudanças de significados inicialmente atribuídos à matemática. Assim, analisamos a ressignificação da matemática através do jogar ao longo da formação inicial, alterando significados, crenças, sentimentos e conceitos matemáticos. Eles perceberam, no jogar, as possibilidades de aprender matemática, uma matemática mais compreensível, em uma relação não mais de distanciamento, mas de proximidade com os objetos de conhecimento matemático.
Downloads
Detalhes do artigo
Uma nova publicação de artigo anteriormente publicado na Revista Baiana de Educação Matemática, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, seguindo as normas de referência. Autores que publicam na RBEM concordam com os seguintes termos:
-
O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, sintática, ortográfica e bibliográfica com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais poderão ou não ser enviadas aos autores.
-
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA).
-
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, exemplo: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial na RBEM.
-
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online — em repositórios institucionais, página pessoal, rede social ou demais sites de divulgação científica.
Referências
BLANCO, Maria Mercedes García. A Formação de Professores de Matemática: Fundamentos para a Definição de um Curriculum. In Formação de professores de Matemática: Explorando Novos Caminhos com Outros Olhares. Campinas: Mercado das Letras, 2008. Cap. 2, p. 51 – 86.
BRASIL. Ministério da Educação e Inep. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretária da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática. Brasília: Ministério da Educação, 1998.
CURI, Edda. A formação matemática de professores dos anos iniciais do ensino fundamental face às novas demandas brasileiras. Revista Iberoamericana de Educación, v. 37. N.5, p.1-1-, 2006.
FIORENTINI, Dário. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Zetetiké, São Paulo, v.3, n.4, p. 1-37, 1995.
FORTUNA, Tânia Ramos. Formando professores na Universidade para brincar. In: Santos, Santa Marli Pires dos (org). A ludicidade como ciência. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
GONZÁLEZ REY, Fernando Luis. O sujeito que aprende: desafios do desenvolvimento do tema da aprendizagem na psicologia e na prática pedagógica. In:Aprendizagem e Trabalho Pedagógico. Campinas, SP: Editora Alínea, 2006. Cap. 2, p. 29 – 44. 21
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
LINELL, Per. Rethinking language, mind, and world dialogically: interactional and contextual theories of human sense-making. Charlotte, NC: Information Age Publishing Inc., 2009.
MORBACH, Raquel Passos Chaves. Ensinar e jogar: possibilidades e dificuldades do professor de matemática dos anos finais do ensino fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, 2012.
MOURA, Manoel Oriosvaldo de. A séria busca no jogo: do lúdico na Matemática. In: Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2005, p.81-97.
MUNIZ, Cristiano A. A produção de notações matemáticas e seu significado. In: FÁVERO, Maria Helena. Psicologia do conhecimento: O diálogo entre as ciências e a cidadania. Brasília: Unesco, Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Liber Livro, 2009, p.115-143.
MUNIZ, Cristiano A. Brincar e jogar: enlaces teóricos e metodológicos no campo da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
MUNIZ, Cristiano A; IUNES, Silvana Maria Silva. Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Matemática. In: Joana d'Arc Bicalho Félix (Org.). Aprendendo a aprender. 1ed.Brasília: Uniceub, 2004, v. 9, p. 99-297.
MUNIZ, Cristiano Alberto. Educação lúdica da matemática, educação matemática lúdica. In: SILVA, Américo Junior Nunes; TEIXEIRA, Heurisgleides Souza (orgs). Ludicidade na Formação de Professores e Educação Matemática em Diálogo. 1 ed. Curitiba, Appris, 2016.
NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS, Carmen Lúdica Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, tecendo fios do ensinar e do aprender. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
SANTOS, Marli Pires. O Lúdico na Formação do Educador. Editora Vozes, 2002.
SMOLE, Kátia Stocco. A matemática na educação infantil: inteligências múltiplas na prática
escolar. Porto Alegre: Penso, 2000.
VALSINER, Jaan. Fundamentos da psicologia cultural mundos da mente, mundos da vida. Tradução: Ana Cecília de Souza Bastos. Porto Alegre: Artmed, 2012.
VERGNAUD, Gérard. O que é aprender? In: A aprendizagem matemática na perspectiva da
Teoria dos Campos Conceituais. Curitiba: 2009, p. 13-35