Pode o infante falar? Narrativas e cartografias infantis como resistência à subalternização da infância na urbe
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1185Parole chiave:
Infâncias, Narrativas infantis, Cartografias Infantis, CidadesAbstract
O texto busca estabelecer uma interrogação acerca da participação das infâncias nos processos de decisão e construção urbana. Através de dispositivos como a língua e a linguagem, procuramos indagar os efeitos diante desse processo de marginalização das infâncias. Parece-nos que os agenciamentos de dependência e omissão das mesmas constituem princípios coloniais de inserção e ocupação urbana, uma ocupação não vista ou escutada. A reflexão é fruto de um processo de pesquisa com cartografias infantis, uma metodologia onde a possibilidade de fazer com crianças e infâncias vai apontando os caminhos do pesquisar e onde os afetos infantis e a força dos encontros se sobressaem na narrativa. Essa aposta parece apontar para a possibilidade de retomar sentidos outros de conexão com o mundo e de produção de conhecimento tomando a infância como uma espécie de bússola ética que nos aponta na direção da construção de cidades mais justas, divertidas e plurais.
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