A memória de futuro e o ato de narrar como princípio constitutivo do sujeito professor
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2021.v6.n18.p685-701Palavras-chave:
Memória de futuro, Relações dialógicas, Entrevista narrativaResumo
O presente artigo tem como forma de produção e análise de dados a entrevista narrativa de um professor da área de Linguagens do Instituto Federal de São Paulo, buscando na singularidade do discurso narrativo formas de identificar a constituição do sujeito professor, bem como as vozes sociais presentes em seu relato. Para isso, focaremos nossos estudos na filosofia da linguagem de Bakhtin e de seu Círculo, investigando a natureza social da linguagem, a questão das relações dialógicas, da memória de passado, presente e futuro, como forma de ressignificar o percurso do entrevistado, demonstrando que rever a própria história, trazendo-a à luz do pensamento presente, é uma forma autêntica de percepção das marcas constitutivas de nossa trajetória, sempre em embate com o outro e com as instituições.
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