Confiar. Con.fiar. Confi(n)ar: a narrativa como estratégia formativa ante às recentes transformações sociais
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n16.p1664-1681Palavras-chave:
narrativa autobiográfica, formação docente continuada, isolamento social, solidão, formação de professores.Resumo
considerando as recentes transformações sociais vivenciadas em todo o mundo, direcionando o olhar especialmente para os desafios impostos à comunidade docente em nosso país, apresentamos neste estudo excertos de duas narrativas autobiográficas, escritas por nós no decorrer do isolamento social. Por meio delas, pretendemos discorrer sobre a potência da escrita narrativa como recurso formativo que se funda no fazer cotidiano, artesanal e coletivo. O texto também é construído narrativamente, em diálogo com os recortes e com autores que nos ajudam a pensar o tema, especialmente do campo da formação continuada e da filosofia da linguagem. Apontamos que diante do sentimento de solidão, em seus diversos sentidos, vivenciado intensamente na atualidade, a escrita narrativa se delineia como possibilidade de desenvolvimento do pensamento (por sua articulação com a linguagem) e da consciência (pelos excedentes de visão oferecidos). Também reafirmamos o movimento da escrita como ato ético e estético, de conexão com os pares e com o meio. Neste sentido, destacamos o ato de narrar como dialético, constituído de ausências e presenças, ruptura e tradição. Sobretudo, como forma de resistência.
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