Entre raízes aéreas e exoesqueletos: a produção de currículos de biologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p646-660

Palavras-chave:

Currículo, Educação Científica, Ensino de Ciências

Resumo

Este trabalho visa discutir o currículo como construção histórica, produto de diferentes intencionalidades, jogos de saber-poder e escolhas que inevitavelmente levam a inclusões e exclusões. Nossas análises estão entrelaçadas às ferramentas teóricas para mapear enunciados, pensadas por Michel Foucault, e que, relacionadas a prescrições e determinações, inventam um currículo de Biologia que não só privilegia, mas fomenta a necessidade de “especificidades”, como um olhar diferenciado sobre a natureza, procedimentos práticos e experimentais, além de dependências e equipamentos para acontecer de forma aceitável. Ressaltamos, no entanto, que, se por um lado é possível entender o currículo como esse conjunto de ordenamentos e de linhas fixas, por outro lado, é possível (e também desejável!) ver e exercitar possibilidades de rompimento que nos levem a ter disponibilidade para que outras sensibilidades e (bio)lógicas nos habitem. Quem sabe assim, um dia, a Biologia possa ser também poesia e voltar a ter vida na sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sandra Nazaré Dias Bastos, Universidade Federal do Pará - Instituto de Estudos Costeiros - Campus Universitário de Bragança

Professora Adjunta da Faculdade de Ciências Biológicas, Instituto de Estudos Costeiros, Campus de Bragança. Doutora em Eduação em Ciências e Matemáticas pelo IEMCI (Instituto de Educação Matemática e Científica)/UFPA

Silvia Nogueira Chaves, Universidade Federal do Pará

Doutora em Educação pela UNICAMP. Professora Associada IV do Instituto de Educação Matemática e Científica. Grupo de Pesquisa em Cultura e Subjetividade (GEPECS). 

Referências

CHASSOT, Áttico. Ensino de ciências no começo da segunda metade do século da tecnologia. In: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. (Orgs.). Currículo de ciências em debate. São Paulo: Papirus, 2004. p. 13-44.

CHAVES, Sílvia Nogueira. Receita de bom professor: todo mundo tem a sua, eu também tenho a minha! In: CUNHA, Ana Maria de Oliveira et al. (Orgs.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. (Textos selecionados do XV ENDIPE). Belo Horizonte: Autêntica. 2010. p. 200-216.

CORAZZA, Sandra. O que quer um currículo? Pesquisas pós-críticas em Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e política cultural. In: COSTA, Marisa Vorraber. O currículo nos limiares do contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 37-68.

COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? E outras interinvenções. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

COUTO, Mia. Raiz de orvalho e outros poemas. 4. ed. Moçambique. Editora Caminho, 2009. (Coleção Outras Margens, 82).

Edital FAPESPA/SEDECT/SEDUC no 013/2010 – Programa Pará faz Ciência na Escola – PPCE.

Edital FAPESPA no 007/2009 – Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior – PIBICJR.

FOUCAULT, Michel. A microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2009.

FOUCAULT, Michel. A vida dos homens infames. In: MOTTA, Manoel Barros. Estratégia, poder-saber. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. p. 201-222. (Coleção Ditos & Escritos, IV).

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das Ciências Humanas. Tradução Salma Tannus Muchail. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Tradução de Salma Tannus Muchail Year. São Paulo: n-1 Edições, 2013.

GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, F. P.; ROCHA, J. M. B.; SCHMITZ, L. C.; GIESTA, S.; SOUZA, M. G. Objetivos das atividades experimentais no ensino médio: a pesquisa coletiva como modo de formação de professores de ciências. Ciência & Educação, v. 7, n. 2, p. 249-263, ago. 2001.

GOODSON, Ivor F. História do currículo, profissionalização e organização social do conhecimento: paradigma para a história da Educação. In: GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Tradução de Attílio Brunetta. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. p. 115-141.

GUIMARÃES, Leandro Belinaso. Pesquisas em educação ambiental: olhares atentos à cultura. In: WORTMANN, Maria Lúcia Castagna; SANTOS, Luís Henrique Sacchi; RIPOLL, Daniela; SOUZA, Nádia Geisa Silveira; KINDEL, Eunice Aita Isaia. (Orgs.). Ensaios em estudos culturais, educação e ciência; a produção cultural do corpo, da natureza, da ciência e da tecnologia: instâncias e práticas contemporâneas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. p. 237-245.

JACOB, François. A lógica da vida: uma história da hereditariedade. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Currículo, desejo e experiência. Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 277-293, mai./ago. 2009.

POPKEWITZ, Thomas. História do currículo, regulação social e poder. In: SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. p. 173-210.

SILVA, Lenice Heloísa de Arruda; ZANON, Lenir Bassalo. A experimentação no ensino de ciências. In: SCHNETZLER, Roseli Pacheco; ARAGÃO, Rosália M. R. (Orgs.). Ensino de ciências: fundamentos e abordagens. Campinas, SP: R. Vieira Gráfica e Editora Ltda., 2000. p. 120-153.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

VEIGA-NETO, Alfredo. Currículo e história: uma conexão radical. In: COSTA, Marisa Vorraber. (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 93-104.

WORTMANN, Maria Lúcia Castagna. A educação científica e os estudos culturais. In: FÓRUM SUL DOS COORDENADORES DE PÓS-GRADUAÇÃO-ANPED, II, 1999, Curitiba. Programação Geral do II Fórum Sul da ANPEd, Curitiba, v. 1, p. 1-4. 1999b. Disponível em: <http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/1999/Educacao_em_Ciencias_Naturais_e_matematica/trabalho/12_14_07_a_educacao_cientifica_e_os_estudos_culturais.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2012.

WORTMANN, Maria Lúcia Castagna. Currículo e ciências: as especificidades pedagógicas do ensino de ciências. In: COSTA, Marisa Vorraber. (Org.). O currículo nos limites do contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 129-157.

WORTMANN, Maria Lúcia. Localizando o ensino das ciências na instrução escolar do Rio Grande do Sul. Episteme, Porto Alegre, n. 9, p. 81-99, jul./dez. 1999a.

Downloads

Publicado

2017-12-15

Como Citar

BASTOS, S. N. D.; CHAVES, S. N. Entre raízes aéreas e exoesqueletos: a produção de currículos de biologia. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 2, n. 6, p. 646–660, 2017. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p646-660. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/3922. Acesso em: 18 nov. 2024.