Quem conta (lê) um conto, aumenta um ponto: experiência (compartilhada) de leitura-formação

Resumo

Este texto configura-se como narrativa de formação composta com uma narrativa da experiência envolvendo diálogos em encontros presenciais, entre duas professoras universitárias, por três anos. O tema é a leitura embasada em indagações do porquê alunos leem pouco, leituras que os envolvem, suportes que as balizam. Os diálogos transitavam por textos literários, de reflexão teórica etc. Aportes teórico-metodológicos consideravam questões acerca da experiência (Larrosa, 1996), da interlocução (Bakhtin, 2003), que repercutem na formação humana (Rose, 2001). A condução das discussões pautava-se por leituras rememoradas, trazidas à baila nos encontros quinzenais e nos interstícios entre eles. Na esteira da formação e preocupações referidas com os estudantes, questionamentos acerca das mudanças postas como suportes materiais, tecnológicos etc., elaborou-se um projeto de extensão universitária organizado pelo convite à leitura compartilhada, em lugares não “convencionais” (quiosque próximo à cantina da universidade, espaço público, instituições sociais, casa de repouso de idosos, escolas etc.). O material a ser lido: contos. A escolha destes era cuidada devido à diversidade de públicos possíveis. Da “textura” de alguns contos, “A igreja do diabo”, como exemplo, (Assis, 1989), apreende-se modos de percepção de modos de ler que transgridem limites entre ser leitura das palavras e leituras de si.