Narrativas de si na pesquisa (auto)biográfica com as juventudes

Resumo

O objetivo é apresentar as contribuições e especificidades das narrativas de si, para os estudos com as juventudes no campo da Educação, a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da pesquisa (auto)biográfica. Sem a pretensão de abarcar todas as dimensões das múltiplas vertentes de estudos com as narrativas, neste texto focaliza-se como a narrativa de si é concebida e utilizada nos estudos com jovens por dois autores que são referência para a Sociologia da Juventude no Brasil. São eles: Pais (2001), cientista social português, e Feixa (2018), antropólogo social espanhol; como aquelas desenvolvidas na perspectiva da pesquisa (auto)biográfica, conforme a pesquisadora francesa Delory-Momberger (2012; 2014; 2021; 2022), o pesquisador brasileiro Souza (2006; 2014) e a pesquisadora brasileira Passeggi (2020; 2021). Evidenciam-se, também, questões suscitadas na análise de uma entrevista de pesquisa biográfica, com uma jovem estudante de Pedagogia, sobre os desafios do primeiro ano. Para além das aproximações no uso das narrativas para o campo do estudo da juventude e da pesquisa (auto)biográfica, são evidenciadas as especificidades dos modos de conceber as narrativas de si nos estudos com os(as) jovens para esta última. Para a pesquisa (auto)biográfica, a produção das narrativas pelos(as) jovens não visa à obtenção de dados, mas configura-se como potencializadora de espaços de reflexividade, que podem produzir, tanto processos de formação de si, como conhecimentos para a pesquisa.