Poéticas de banheiro: notas sobre formas de (re)existência em uma Universidade
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1131Palavras-chave:
Medialidade, Etografía, UniversidadeResumo
O estudo que inspira este artigo olha para as paredes de uma universidade pública do nordeste brasileiro: mais precisamente para as confissões estampadas nos banheiros desta instituição. Trata-se de um estudo etnográfico que objetivou analisar um conjunto diverso de graffiti dispostos em sanitários femininos de duas unidades de ensino que agregam diferentes cursos. Foram analisados para este recorte 230 registros fotográficos de graffiti encontrados nos banheiros, sendo identificadas oito categorias analíticas agregadoras de conteúdos, a saber: graffiti e questões de saúde mental; graffiti e enfrentamento do racismo; graffiti relativos às iniquidades de gênero; graffiti e sexualidade feminina; graffiti relacionados a questões políticas; graffiti referentes à vida universitária; graffiti e marketing pessoal; graffiti enquanto comunicações solidárias. As principais conclusões desta pesquisa revelam a diversidade temática que aflora destas medialidades e auto-medialidades compartilhadas nestes espaços íntimos, porém públicos, e indicam a potência destas comunicações para o conhecimento e o reconhecimento dos desafios mais marcantes no contexto acadêmico articuladas com a vida para além dos muros da universidade. Tais sinalizações assumem grande importância para a reorientação de um permanente e cuidadoso posicionamento institucional, de modo a condicionar um acolhimento mais efetivo e uma atenção qualificada e situada nas reais necessidades da comunidade universitária.
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