Cartas como dispositivo de formação: experiências de estagiários de música na pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2022.v7.n22.p897-916

Palavras-chave:

Cartas., Pesquisa (auto)biográfica., Estagiários de música., Pandemia.

Resumo

Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre cartas redigidas por estagiários do Curso de Licenciatura em Música referentes às suas experiências, durante a pandemia da COVID-19, no ano 2021, em escolas de educação básica. Como ideia central da pesquisa, tomo as cartas como dispositivos de formação docente. Portanto o objetivo geral desta pesquisa é compreender o processo de construção das experiências docentes de estagiários de música por meio das cartas como dispositivo de formação. E como objetivos específicos busquei perceber o resgate da subjetividade na escrita das cartas; acessar o sensível por meio dos escritos presentes nas cartas; entender a construção e reconstrução das práticas docentes a partir da reflexividade; Além de conhecer o processo conexão entre alunos e professores estagiários no mundo virtual. As cartas funcionaram como dispositivo de formação e possibilitaram acessar o sensível por meio da escrita, valorizar e significar aquilo que pensam e levam da e para sua atuação. A construção da docência dos estagiários está atrelada à educação como um encontro e a relação de ensino e aprendizagem da música.

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Biografia do Autor

Tamar Genz Gaulke, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professora da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Doutora em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Música (Grumus). Coordena projetos de Iniciação Científica e Extensão na UFRN relacionados à pesquisa (auto)biográfica e à educação musical. É orientadora do Programa de Residência Pedagógica Núcleo Música da UFRN.  

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Publicado

2022-12-23

Como Citar

GENZ GAULKE, T. Cartas como dispositivo de formação: experiências de estagiários de música na pandemia. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 7, n. 22, p. 897–916, 2022. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2022.v7.n22.p897-916. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/15314. Acesso em: 19 abr. 2024.