Um ritual epistolar favelado: dos penpals ao despertar de nossas próprias narrativas
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1111Palavras-chave:
Ritual epistolar, Favela, Escrevivência, ColetovidadeResumo
Este artigo trata da escrita de mim imersa em um ritual epistolar de dentro do território favelado. Tal ato de caligrafar se inicia a partir de correspondências trocadas com inúmeros penpals dispostos a escreverem cartas pelo Brasil e pelo mundo. O processo iniciado em torno destas narrativas evidenciou meus múltiplos eus e, daí em diante, apresentei para tais leitores sobre onde eu vivia, o que eu de fato era/sou e as pessoas com quem convivi/convivo e com quem escrevivi e escrevivo. Esta escrita tinha como objetivo me desafixar dos estereótipos criados em torno das populações de favelas, principalmente no que tange a condição da mulher negra enquanto produtora epistolar através dos tempos; evidenciando os atravessamentos de raça, de gênero e de classe. No decorrer do artigo, outras autoras e autores dialogam comigo através de suas epístolas donde nos comprometemos com nossos espaçostempos ao notabilizar a importância destes documentos, tanto familiares quanto históricos. Parto, então, de uma escrita de minha subjetividade para chegar as escritas comprometidas com a voz coletiva pelo mundo a fora.
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