Brasil, um país de todos?
As faces da hostilidade em narrativas de estudantes universitários refugiados
DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.18777Palavras-chave:
Refugiados, Narrativas, Intolerância, Hospitalidade, Formação humanaResumo
O presente artigo tem como propósito analisar a formação da vivência das diferenças culturais e as dificuldades de aceitação enfrentadas pelos estudantes refugiados em uma universidade pública federal. O estudo adota uma abordagem qualitativa e exploratória, utilizando entrevistas narrativas individuais com os próprios estudantes refugiados. A partir das narrativas coletadas, observa-se que a hospitalidade condicionada se revela como um obstáculo marcante na jornada dos refugiados, entrelaçada com lembranças que destacam a presença persistente do racismo estrutural e da xenofobia. A presença dos migrantes no território brasileiro, embora em alguns casos seja facilitada por políticas de acesso à universidade, é impactada por sentimentos como culpa, vergonha e medo, que afetam diretamente suas estratégias de adaptação e sobrevivência no país. Tais desafios se estendem às esferas do trabalho, da educação e da saúde. A constante ameaça de extradição permanece latente, tanto nos discursos e atitudes racistas que permeiam o cotidiano brasileiro quanto nas práticas institucionais que segregam os corpos considerados “estranhos”.
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