Viragens Intelectuais e a Lucidez Social Latino-Americana
DOI :
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17764Mots-clés :
Intelectuais, Viragens Epistêmicas, América Latina, Pesquisa Decolonial, Justiça SocialRésumé
Esse artigo objetiva analisar um movimento intelectual que problematiza o processo, a “eficiência” e as externalidades dos resultados das pesquisas em ciências sociais aplicadas na América Latina. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em textos de intelectuais destacados desse movimento, notadamente, pensadores decoloniais latino-americanos. Analisando esse movimento, suas principais propostas e críticas são: 1) desconstruir a cilada do saber hegemônico que desequilibra o que visibiliza e invisibiliza, notadamente em fatos de redistribuição, manobrando o consenso social; 2) inverter a lógica usual da eficiência das investigações, minimizando o seu estar a serviço da aposta modernizante e da eficiência econômica capitalista; 3) mudar os padrões estéticos na ciência brasileira, abandonando qualquer resquício do gosto privilegiado aos métodos e padrões exóticos (euro-norte-americano-centrados); 4) imunizar os intelectuais contra o derrotismo de programações frustradas, no continente; 5) buscar as causas mais profundas dos problemas sociais, não se contentando com as mais próximas e evidentes.
Téléchargements
Références
ALBERONI, F. Gênese. Como se criam os mitos e as instituições da civilização ocidental. Tradução de Mário Fondelli. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. 13. Impressão. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
AZEVEDO, A.; ALBERNAZ, R. A "antropologia" do Guerreiro: a história do conceito de homem parentético: em memória a Eliana Guerreiro Ramos (1949-2003). Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 4, n. 3, p. 01-19, Oct. 2006. DOI: 10.1590/S1679-39512006000300003.
BHABHA, H. K. O local da cultura. 2. ed. Tradução de Myrian Ávila, Eliana Lorenço de Lima Reis e Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2018.
BOURDIEU, P. Para uma sociologia da ciência. Lisboa: Edições 70, 2015.
CANÇADO, A. P. Verbete: Gestão Social. In: BOULLOSA, R. Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, 2014. Disponível em www.enap.gov.br/files/Caderno_EIAPP_Programas_Sociais.pdf. Acesso em: 10 jun. 2023.
CASARA, R. R. R. Estado Pós-democrático. Neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019.
CATTANI, A. D. Ricos, podres de ricos. 2. ed. Porto Alegre: Tomo Editorial, s.d.
CHAMAYOU, G. A sociedade ingovernável: uma genealogia do liberalismo autoritário. São Paulo: Ubu Editora, 2020
DAGNINO, E. Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos falando? In: MATO, D. (coord.). Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela, 2004. p. 95-110.
DEMO, P. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1995.
DUSSEL, E. Europa, Modernidade e Eurocentrismo. In: LANDER, E. (org.). Colonialidade do saber. Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-Americanas. Tradução Julio César Casrtin Barroso Silva. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciências Sociales – CLACSO, 2005. p. 55-70. Disponível em http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100708034410/lander.pdf. Acesso em: 10 jun. 2023.
FIGUEIRAS, V. A.; LIMA, U. M.; SOUZA, I. F. de. Os impactos jurídicos, econômicos e sociais das reformas trabalhistas. Cad. CRH, Salvador, v. 32, n. 86, p. 231-252, ago. 2019. DOI: 10.9771/ccrh.v32i86.30731.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 36. ed. Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra, 2003(1970).
GUERREIRO RAMOS, A. The parenthetical man (an anthropological approach to organization design). In: ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN ASSOCIATION FOR PUBLIC ADMINISTRATION, 1971, Denver, Los Angeles. Anais [...]. Denver, Los Angeles: Aspa, 1971.
GUERREIRO RAMOS, A. A nova ciência das organizações. Uma reconceituação da riqueza das nações. Tradução: Mary Cardoso. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1981.
GUERREIRO RAMOS, A. Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.
GUERREIRO RAMOS, A. A redução sociológica. 3. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996.
HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa. Racionalidad de la acción y racionalización social. Buenos Aires: Aguilae, Altea, Taurus, Alfaguara S.A. 2009. v. 1.
HALL, S. Da Diáspora. Identidades e mediações culturais. Organização de Liv Sovic; Tradução de AdelaineLa Guardia Resende et al. Belo Horizonte: Editora da UFMG. 2003.
IBGE. Brasil em síntese. Trabalho. s/d. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/trabalho. Acesso em: 25 jun. 2020.
LACLAU, E.; MOUFFE, C. Hegemonia e Estratégia Socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 935-952, set. 2014. ISSN 1806-9584. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em: 02 jul. 2020.
MACPHERSON, C. B. A teoria política do individualismo possessivo. Rio de Janeiro, Paz e Terra 1979.
MELUCCI, A. A invenção do presente. Movimentos sociais nas sociedades complexas. Tradução de Maria do Carmo Alves do Bomfim. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MOUFFE, C. Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política, [S. l.], n. 25, nov. 2005. ISSN 1678-9873. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/7071. Acesso em: 23 jun. 2023.
SCHERER-WARREN, I. Redes sociais: Trajetórias e fronteiras. In: DIAS, L. C.; SILVEIRA, R. L. L. (org.). Redes, sociedades e territórios. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2005. p. 29-50.
SEN, A. A ideia de Justiça. Tradução de Denise Bottmann e Ricardo Doninelli Mendes. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SOUZA, J. A construção social da subcidadania. Para uma sociologia política da Modernidade periférica. Belo Horizonte: Ed. UFMG/ Rio de Janeiro: IUPERJ, 2009.
STIGLITZ, J. The price of inequality. How Today’ Divided Society Endangers our future. Nwe York: WW. Norton & Company, 2012.
TOURAINE, A. Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. Tradução de Jaime A. Clasen e Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 1998.
TOURAINE, A. Um novo paradigma para compreender o mundo de hoje. 2. ed. Tradução Gentil Avelino Titton. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
WALSH, C. Lo Pedagógico Y Lo Decolonial: Entretejiendo caminos. In: WALSH, C. (org.). Pedagogías Decoloniales: Práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)viver. Série Pensamento Decolonial. Tomo 1. 2017. Disponível em https://ayalaboratorio.files.wordpress.com/2018/03/catherine-walsh-pedagogc3adas-decoloniales-volume-i.pdf. Acesso em: 28 jun. 2019.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Renata Ovenhausen Albernaz (Autor) 2023
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
O conteúdo dos artigos é de estrita responsabilidade de seus autores, assumindo responsabilidade de todo o conteúdo fornecido na submissão, e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.