A matemática diante da possibilidade do ensino remoto: uma discussão curricular
DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2020.v5.n2.192-213Palavras-chave:
Ensino de matemática, Currículo, Pandemia, Ensino Remoto.Resumo
Este trabalho tem por objetivo colaborar nas discussões curriculares para o ensino de matemática evocando as teorias críticas e pós-modernas como forma de questionamento das tradições de conteúdo e metodologias. Considera-se nesta análise a atualidade da pandemia mundial da COVID-19, doença infecciosa provocada por vírus, e os poucos ou inexistentes debates para a construção da Base Nacional Comum Curricular e a Reforma do Ensino Médio, que no momento colocam em xeque o êxito das propostas diante da fragilidade dos sistemas educacionais públicos, no que concerne às ferramentas e conhecimentos para aulas e ensino remoto. Para tanto, parte-se das problematizações de currículo que sempre existiram e neste momento tornam-se cada vez mais necessárias e importantes, chegam-se às discussões sobre o ensino de matemática como conteúdo cultural e como possível ferramenta para o desenvolvimento da capacidade de crítica social de quem a estuda e a ensina, ambos por meio de estudos já publicados. Assim, aludindo a discussões que hibridizam teorias críticas e pós-modernas, a matemática sai da esfera de conteúdo hegemônico, permitindo-se reconstrução para abordagem dos mais diferentes temas, sem que perca espaço para suas prescrições específicas da ciência de orientação. É a matemática posta no campo das incertezas, para permitir-lhe ampliar a compreensão das inúmeras situações em que tratamento de dados e modelagens possam estar à serviço de justiça ou injustiça social. Apresenta-se, na sequência, relato de experiência com um exemplo de metodologia de ensino de conteúdo de matemática por meios digitais, como forma de ilustrar possibilidades, avaliação de potencialidades e fornecimento de subsídios para a discussão. Por fim, são consideradas na experiência registrada, as potencialidades e as adversidades ligadas ao ensino de matemática de forma remota e corrobora-se a necessidade do debate em torno do currículo que inclua não só pesquisadores, mas principalmente professores e estudantes, num ensino de matemática que envolva sua natureza, fundamentos, significados e consequências no cotidiano.
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