Legados das ribeirinhas do Velho Chico
autoetnografia de uma beiradeira
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.i1.a18420Palavras-chave:
Narrativas;, Mulheres;, Rio São Francisco;, Rio Grande;Resumo
Este artigo tem o intuito de relatar um processo de transmissão de saberes históricos, sociais e culturais protagonizado por mulheres ribeirinhas no cotidiano vivido à beira do Rio Grande, mais precisamente no trecho de um município baiano localizado no território do Velho Chico. Este rio é um lócus de trabalho para a população local e se relaciona fortemente à sobrevivência das pessoas que habitam em suas margens, ao longo da história do município. Os saberes relatados são aqui considerados como um legado ancestral às mulheres de diferentes gerações. O relato, que parte de narrativas oriundas da oralidade, é apoiado em uma autoetnografia e se fundamenta em reflexões sobre a importância das ribeirinhas, em um espaço geográfico afetivo de pertença. Os resultados das reflexões apontam que as mulheres ribeirinhas, nos encontros à beira do rio, compartilham, ensinam e desenvolvem habilidades associadas não somente à própria sobrevivência, mas às conexões que estabelecem com os territórios onde nasceram. Esses aprendizados e conexões emergem como importantes tanto quando se trata da valorização do legado das ribeirinhas e do fortalecimento dos vínculos afetivos e identitários que estabelecem com o rio, quanto dos cuidados relacionados à proteção e preservação das águas dos rios, indispensáveis às populações que habitam as suas margens.
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