“Com o justo temor e castigo”: Verney, Sanches, legislação educacional e civilidade no século XVIII

Resumo

Portugal, na segunda metade do século
XVIII passou por profundas mudanças no
reino e nas suas posses. A produção de
obras debatendo a educação, as
contribuições de autores estrangeiros da
ilustração como John Locke e René
Descartes, além da ascensão ao trono de
D. José I e de seu secretário Sebastião
José de Carvalho e Melo, posteriormente
Marquês de Pombal marcam algumas das
transformações que mudaram a
administração do reino, e
consequentemente, o cenário pedagógico
da metrópole e suas posses. Com a
colaboração de Antônio Nunes Ribeiro
Sanches, considerado um dos iluministas
portugueses, e sua obra “Cartas sobre a
Educação da Mocidade” e Luiz Antônio
Verney e sua obra “O Verdadeiro Método
de Estudar”, o cenário educacional na
Metrópole portuguesa sofre mudanças
teóricas e institucionais que promovem
uma nova concepção de instrução
pública, de civilidade e conhecimento.
Destarte, o presente artigo irá contribuir
para o debate do processo civilizador,
mais especificamente, analisando os
aportes do Iluminismo português para as
Reformas Pombalinas da Educação e
averiguando as mudanças no sistema e na
legislação educacional nas Capitanias do
Norte (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande
do Norte). Teoricamente estaremos
orientados pelo sociólogo alemão Norbert
Elias, ao pensar a educação como um
condicionante em que os homens se
conception of public instruction, civility tornaram civilizados em um processo histórico de ensino-aprendizagem que se
tornou, também, essencial ao chamado
desenvolvimento dos modos e condutas
responsável pela formação de um modelo
de civilização, tanto na Metrópole como
nas colônias da América. Para tal
empreitada fazer-se-á análises da
legislação educacional elaboradas no
período pombalino e manuscritos do
Arquivo Histórico Ultramarino.
Palavras-chave: Iluminismo Português.
Civilidade. Período Colonial